sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Por que não posso ser feliz sozinho?



Qual a finalidade em ser obrigado a viver em uma normalidade padronizada? Fico pensando, lutamos por direitos iguais, lutamos por liberdade de expressão mesmo quando não temos nada para falar, lutamos por retratações históricas, lutamos por aumento salarial em greves sem fins sem pensar se esta pode prejudicar o outro, enfim lutamos... Na verdade o verbo principal das pessoas atualmente é lutar, e essas lutas sempre estão moralmente ligadas a valores pessoais.
Há tempos o grande debate era sobre como a “REVOLUÇÃO INDUSTRIAL”  e que as maquinas estariam roubando o espaço do ser humano. Dai pergunto: Será mesmo que as maquinas estão roubando nosso espaço ou estamos nos transformando em maquinas?
A finalidade de uma maquina na maioria das vezes é a produção seriada de produtos e a nossa diariamente é seguir uma rotina seqüencial pela sobrevivência. E assim como as maquinas e muitas vezes tentamos roubar o lugar de outros seres humanos. Sem mencionar o fato de que a cada dia nos tornamos mais frios que as próprias maquinas metálicas que não expressão sentimentos, pois são seres inanimados.
A sociedade ao longo dos anos foi nos obrigando a viver como produtos industrializados. Tenta ser um solteirão para ver o que acontece? A maioria acredita que democraticamente você é obrigado a ser a alma gêmea de quem você nem imagina conhecer, ou deseja conhecer. Ah alguns ainda vão te tratar como produto com defeito que ninguém deseja comprar nem em promoção: “Fulano está sozinho, dizem que é insuportável que ninguém agüenta ficar perto dele!”
Nestas horas eu pergunto: se cada individuo é um ser particularmente dotado de valores e opções, então porque é preciso viver a escolha dos outros?
Chega de ser persuadido a viver o que não se quer viver, de entrar em lutas de expressão por coisas que nem se quer expressar. Quero o direito de ter direito de escolher o que eu quero viver e o que quero dizer. Não sou um pedaço de metal que você leva para uma fundição e dá a forma que está na moda. Sou um ser pensante que às vezes quer gritar, outras deseja cala-se e talvez tenha o desejo de ser feliz sozinho.
Cansei de hipocrisia! A sociedade moderna ainda vive na época dos senhores feudais e finge viver na pós-modernidade. As pessoas vivem em grupo, mas sente que o seu umbigo é o centro da célula social na qual está inserida. Então deixemos de criticar a solidão batalhada pela minoria, pois o fato de ser uma peça padronizada não te dar o direito de sentir o dono da moralidade condicionada.  

domingo, 12 de agosto de 2012

Minha fortaleza


Somente quem perdeu aprende dar valor no que partiu
Ainda me lembro que eu tive um grande oráculo em minha vida
Nunca abriu a boca para fazer profecias sobre minha história
Mas me ensinou a entender e compreender o silêncio
Com ele a palavra não precisava ser expressada com fonética ou signo
Seus gestos e atitudes me ensinaram a observar o mundo
Tornei-me uma águia que observa  e espera o momento certo
Compreendi que a certeza das palavras machucam ou calam corações
Em sua presença eu alimentava a alma e acalentava a dor da solidão
Somente quem perdeu seu herói sabe o quanto faz falta um porto seguro
Ainda me lembro que tive alguém que mesmo sem me esperar estava lá
Era um grande sábio, valente forjado em sentimentos fortes e sem expressão
Era a justiça cega que analisava antes de dar um veredicto
Aprendi com ele até mesmo o que nunca quis me ensinar
Aprendi que erros são formas de buscar acertar
Aprendi que orgulho é para quem se sente completo, mas é inacabado
Aprendi que mesmo que as pontes não levem ao mesmo lugar
Elas te mostram que um dia é preciso coragem para caminhar
E que sentir saudades é colocar em prática as lições de amor
É colocar em expressões a fonética de um coração que não aprendeu a se expressar