Estava esse céu encarcerado atrás
de duas insinuantes muralhas vermelhas
Era um horizonte carente de infinito
que acautelava essa entrada
Onde transportei-me e encontrei um
reino caloroso e prazeroso
Às vezes era possível ouvir o
bater do meu coração em sincronismo com a maré de um pequeno mar
Onde naveguei com um barco de
papel em um sonho abstrato
Da ilusão restou apenas um pequeno
mar, salgado composto de pequenas gotas caídas de dois portais que hoje se
encontram mais vermelhos que as muralhas guardiãs deste infinito delimitado
Afoguei nas palavras adocicadas
de um mundo amargo
Adentrei em uma fortaleza de
mentiras conjuntas
Fui seduzido como marinheiros
pelo canto de Pisinoe
Acordei de um sono pesado importo por
Hipnos
Descobri que estas muralhas
tinham um nome, lábios
Que este céu vermelho não possuía
estrelas
Que este reino não era inabitável
pertencia a vários súditos
Que sua maré escondia mais que
verdades não expressadas
Que meu pequeno
barco é nada perto dos luxuosos iates no seu cais
Que sua cachoeira um
dia pode secar sem nunca encontrar um rio digno das cristalinas gotas que escondem
sua alma.