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sexta-feira, 3 de junho de 2016

O Mercado da Fé

INTRODUÇÃO



O antropólogo polonês Zygmunt Bauman em suas obras comenta sobre a sociedade pós-moderna chamada por ele de sociedade líquida. Sua linha de pensamento defende que as pessoas não têm mais valores e que vivem a busca incessante pela subjetividade e coisas passageiras.


Desta forma, a religião que desde sua origem é dogmática tem se transformado em grandes consultórios psicológicos, que as pessoas buscam para se sentir bem e não ter um contato com o sagrado e com Deus.

Os sentimentos passaram a ser meros adjetivos e o sagrado esvaziado de sua mística. As pessoas estão mais preocupadas com a busca da cura interior do que com o sagrado, a fé para muitos é sinônimo de alienação.Essa alienação não é um ato isolado de uma única instituição.

As instituições estão se tornando grandes guarda roupas e neles nos vestimos com a fé que nos cabe naquele momento e devolvemos no final quando nos retiramos.

É notório que a busca pela subjetividade tem deixado o tradicional de lado para suprir as necessidades pessoais, mas até que ponto essa subjetividade é favorável? Será o homem um ser que não precisa realmente de Deus? Seria Deus um mercador que barganha com nossas vontades?

O homem light ao se distanciar da necessidade doutrinária e dogmática cria um novo mundo imaginário vazio da mística que envolve as religiões milenares.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Rubens. O que é religião. São Paulo:Ediçoes Loyola, 2014.
BARTH, Wilmar Luiz. O homem pos-moderno, a religião e a ética. Revista Teocomunicacão, número 155, p. 89-108, março de 2007. Porto Alegre. Disponível em 18 de janeiro de 2015.
BETIATO, Mario Antonio.Escatologia cristã: entre ameaças e a esperança, Curitiba: Vozes, 2006
DEL PRIORE, Mary.Conversas e histórias de mulheres.  1 ed. São Paulo: Planeta, 2013.
DOMENZI, Maria Cecilia.Religiões na história do Brasil. São Paulo: Paulinas, 2015 – Coleção temas de religiões.
DOMINGOS, Marilia de Franceschi Neto. Ensino Religioso e Estado Laico: uma lição de tolerância. Revista de Estudos da Religião, setembro de 2009. Disponível em 22 de dezembro de 2015.
ELIADE, Mircea.O sagrado e o profano: a essência da religião. Tradução Rogério Fernandes.  3a ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.
FIORILLO, Marilia Pacheco.O Deus exilado: breve história de uma heresia. Rio de Janeiro: Civilizações Brasileira, 2008.
HAUPT, Heinz-Gerhard. Religião e nação na Europa no século XIX: algumas notas comparativas. Revista Estudos Avançados Número 22, 2008. Disponível em 22 de dezembro de 2015.
JUNIOR, Cesar A. Ranquetat. Laicidade, Laicismo e Secularização: definindo e esclarecendo conceitos. Revista Sociais e Humana, 2008. Disponível em: 08 de setembro de 2015
LO BIANCO, Ana Carolina e VIDAL, Natália.  Novas expressões da religiosidade: o que elas dizem sobre o sujeito em sociedade hoje. Revista Ágora, ano XVII, número 2, p. 177-186, jul/dez 2014. Rio de Janeiro. Disponível em 18 de janeiro de 2015.
PAPA BENTO XVI. Carta encíclica Deus Caritas Est. 11a ed. São Paulo: Paulinas, 2013.
PORTELLA, Rodrigo. Religião, Sensibilidade Religiosa e Pós-Moderna Da ciranda entre religião e secularização. Revista de Estudos da Religião N° 2, 2006. Disponível em 22 de dezembro de 2015
RANGEL, Otávio Monteiro. Religião: A fé como instrumento viabilizador de mudanças comportamentais. Revista Transformar. 2014, Ano 06. Disponível em 31 de janeiro de 2015

sábado, 27 de junho de 2015

Como vou amar o próximo se o vejo como uma aberração?

Mark Rowlands (2008) em seu livro “Tudo que sei aprendi com a TV: a filosofia nos seriados de TV”, afirmar que o vivemos em um mundo individualista que vive em busca de satisfação pessoal, pensamentos defendidos também pelo sociólogo Zygmunt Bauman.

A questão é o individualismo da pós-modernidade trata tudo com liquidez, impõe uma necessidade por subjetividade e esquece a necessidade da vida em grupo. O que importa é a satisfação pessoal, quase sempre baseada em pensamentos na liberdade que imponho ao que estão do meu lado. Vivemos de imposição tais como: da moda, da linha de raciocínio de um tempo, da fundamentação religiosa de um povo, da mídia, do sistema econômico entre outras varias. O problema é que alguns sempre enxergam exageros em uns casos e não em outros, ou seja, vai existir sempre a dualidade do contra e do a favor. Um grupo é contra o sistema capitalista que explora uma maioria em prol de uma minoria, outro grupo é contra o pensamento marxista, pois este teria sido um cara sustentado pela burguesia que ele combatia.

Na verdade, não creio que vivemos valores invertidos como muitos afirmam nas redes sociais. 

Creio que vivemos é a falta de valores, cada dia mais vivemos a filosofia de que “os fins justificam os meios”. Um pensamento extremamente utilitarista que se justifica com o máximo de felicidade que posso juntar neste mundo. O grande problema é que (i) moralmente dizendo para alcançar essa felicidade “se alguém precisar ser sacrificado nesse processo, a justiça exige que sejam feitos sacrifícios” (Rowlands, 2008, p. 146). Que justiça é essa?

Dai eu pergunto: Matar 3 para salvar 20 é um mal menor, perto de um bem maior? Quer dizer que as 3 vidas que eu tirei são piores do que as 20 que salvei! Aqui compro briga com várias pessoas, pois mesmo que alguém seja um bandido, um assassino, o fato de ceifar a vida dele, também me faz um assassino. A vida não é estatística é um dom.

Será que aquele que sobrevive assassinando a humanidade de outros seres humanos sobrevive à morte de sua própria humanidade? Pois a partir do momento que passo a viver “olho por olho e dente por dente” deixei de ser um humano e me igualei a um animal irracional. E na lei da selva vale tudo.

Esse é o grande mal da sociedade atual, viver a lei da selva. Quando deixamos de lado as leis que ditam os bons costumes, a moral e a ética, nos tornamos seres irracionais Pois é mais fácil trancafiar nossas crianças em jaulas sem perspectiva de vida, é mais fácil ainda sustentar os infratores em um sistema carcerários sem condições humanas de sobrevivência – vamos joga-los todos em um buraco e deixar que se matem sozinhos.

Essa é nossa realidade e para piorar a situação vivemos caçando os diferentes, pois eles podem criar uma ruptura que vai abalar a “moralidade” que ainda resta. Hipocrisia pura, voltamos a viver no tempo de Cristo em que os sumos sacerdotes se diziam os sábios, os donos dos conhecimentos da Lei Divina, mas quando se esbarram no FILHO DE DEUS, sentiram inveja e ira e os condenaram a morte e morte em cruz, a pior humilhação da época.

Chega gente de tanta hipocrisia de querer matar um punhado em prol de um bem maior, e quando digo matar aqui não digo a separação do corpo da alma e sim matar socialmente, causando a humilhação para imposição de uma moral doutrinária que cada qual opta por viver. Sou católico com orgulho, mas isso não me faz melhor do que aqueles que não clamam pelo Senhor, pois no final Deus julgará cada um.

Como vou amar o próximo se o vejo como uma aberração? Lembre-se somos todos a imagem e semelhança de Deus, e se eu vejo o outro como um monstro é Deus que estou vendo como monstro. Dai ser fundamentalista demais acaba ruindo a minha própria fé.