Santo Antônio deixou tudo para viver em função do AMOR que tinha pelo Salvador
e é reconhecido até hoje como Antônio dos pobres e dos humildes. Pergunta: Por
que um dos santos, que mais tem devotos no país, não serve de modelo de vida
para seus fiéis? Sou devoto de Santo Antônio porque ele me ajudou a casar!
Qual a relação entre as duas frases, uma interrogativa e outra
afirmativa? Fácil, ambas as frases demonstram o quanto somos
"ignorantes" quando pensamos em santos, neste caso específico “Santo
Antônio”. Radicalismo, talvez seja, muitas vezes nos dizemos devotos de
determinado santo simplesmente porque suplicamos a eles uma graça e eles
intercedem junto a Cristo.
Intercessor, esta é a palavra, os santos são pontes entre nossas
aflições e o Mestre, são merecedores de nossa devoção, pois em vida foram fiéis
ao amor que cura mesmo sem se ver ou sentir. Porém, na maioria das vezes, não
conhecemos a história dos santos dos quais dizemos ser devotos ou acreditamos
em lendas criadas sobre seu nome, ou seja, se você não conhece nem a história
do santo de quem se diz devoto, como será capaz de defender o Cristo, que foi
exemplo devoção para o santo.
Antônio é padroeiro de muitas cidades no Brasil, além de padroeiro de
inúmeras igrejas e capelas. Mas, será que os devotos deste santo vivem o modelo
de vida deixado por ele?
Fernando de Bulhões, popularmente chamado Antônio de Lisboa / Antônio de
Pádua, viveu na simplicidade e pela caridade. Caridade! Você sabe o que quer
dizer caridade?
Antônio viveu de caridade e por caridade, doou sua vida em nome da evangelização
dos hereges (desculpe pelo termo, mas esta era a nomenclatura dada às pessoas
pagãs no período em que o santo viveu) e não deixou sua vaidade tomar conta de
sua vocação.
Vocação essa a que todos somos chamados. A vocação para o amor ao
próximo. Entretanto somos vaidosos ou em alguns casos marqueteiros. Que me desculpem
os fiéis de verdade, mas a pós-modernidade e a autovalorização pessoal já chegou
a nossas igrejas. Talvez sempre tenha estado e a alimentamos com nossas
migalhas (também conhecidas como mazelas ou pecados).
O próprio Mestre já se via preocupado com a autopromoção tanto que
afirmou: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a
tua direita.” (Mt 6:3). Porém, ainda hoje damos esmola apenas se houver público
ou se a mesma no remeter a autossatisfação.
Esmola, o que tem a ver esmola com Santo Antônio? Para quem não sabe
caridade também é sinônimo de esmola, e Antônio doou sua vida em caridade pelas
palavras de Cristo, em nome de seu mandamento "um novo mandamento vos
deixo: que vos amais uns aos outros; como eu vos amei a vós.” (Jo 13:3).
Antônio se espelhou em Jesus para viver este amor e nós acomodados dizemos ser
devotos do santo e pedimos que ele interceda por nós junto ao Cristo..
Daí achamos que fazemos nossa parte nos tornando amigos dos santos e
enchemos a boca para dizer por exemplo: “Ah! sou amigo (a) de Santo Antônio,
faço uma colaboração mensal, participo todo dia 13 das missas em sua honra!”
Parabéns! de fato a igreja necessita de sua colaboração, sem a mesma seria
impossível manter sua estrutura física. Entretanto sua autopromoção em dizer
que colabora com a igreja te faz pecar pela vaidade, ou seja, não se faz
necessário anunciar que fez tal ato.
Devemos valorizar o ser humano, viver o amor real pregado no novo
mandamento. Um amor que nos faça caridosos e esperançosos.
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É preciso ter coragem para amar o próximo mesmo quando se está sob julgamento. |
É preciso viver o amor em sua gratuidade, de forma a se entregar de
corpo e alma para aqueles que precisam. Pequenos gestos ainda são motores de
grandes reações. Cruzar o braço logo após abrir a carteira não te faz caridoso.
O amor ainda é a moeda universal de que todos precisam.
Vamos ser mais que devotos dos Santos, vamos nos espelhar no modelo de
vida que eles viveram, e mostrar que o AMOR que Cristo nos deixou como novo
mandamento é mais forte que os sentimentos mesquinhos e pessoais da atualidade
em que vivemos.