terça-feira, 12 de junho de 2012

Santo Antônio exemplo de caridade esquecido na atualidade


Santo Antônio deixou tudo para viver em função do AMOR que tinha pelo Salvador e é reconhecido até hoje como Antônio dos pobres e dos humildes. Pergunta: Por que um dos santos, que mais tem devotos no país, não serve de modelo de vida para seus fiéis? Sou devoto de Santo Antônio porque ele me ajudou a casar!
Qual a relação entre as duas frases, uma interrogativa e outra afirmativa? Fácil, ambas as frases demonstram o quanto somos "ignorantes" quando pensamos em santos, neste caso específico “Santo Antônio”. Radicalismo, talvez seja, muitas vezes nos dizemos devotos de determinado santo simplesmente porque suplicamos a eles uma graça e eles intercedem junto a Cristo.
Intercessor, esta é a palavra, os santos são pontes entre nossas aflições e o Mestre, são merecedores de nossa devoção, pois em vida foram fiéis ao amor que cura mesmo sem se ver ou sentir. Porém, na maioria das vezes, não conhecemos a história dos santos dos quais dizemos ser devotos ou acreditamos em lendas criadas sobre seu nome, ou seja, se você não conhece nem a história do santo de quem se diz devoto, como será capaz de defender o Cristo, que foi exemplo devoção para o santo.
Antônio é padroeiro de muitas cidades no Brasil, além de padroeiro de inúmeras igrejas e capelas. Mas, será que os devotos deste santo vivem o modelo de vida deixado por ele?
Fernando de Bulhões, popularmente chamado Antônio de Lisboa / Antônio de Pádua, viveu na simplicidade e pela caridade. Caridade! Você sabe o que quer dizer caridade?
Antônio viveu de caridade e por caridade, doou sua vida em nome da evangelização dos hereges (desculpe pelo termo, mas esta era a nomenclatura dada às pessoas pagãs no período em que o santo viveu) e não deixou sua vaidade tomar conta de sua vocação.
Vocação essa a que todos somos chamados. A vocação para o amor ao próximo. Entretanto somos vaidosos ou em alguns casos marqueteiros. Que me desculpem os fiéis de verdade, mas a pós-modernidade e a autovalorização pessoal já chegou a nossas igrejas. Talvez sempre tenha estado e a alimentamos com nossas migalhas (também conhecidas como mazelas ou pecados).
O próprio Mestre já se via preocupado com a autopromoção tanto que afirmou: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita.” (Mt 6:3). Porém, ainda hoje damos esmola apenas se houver público ou se a mesma no remeter a autossatisfação.
Esmola, o que tem a ver esmola com Santo Antônio? Para quem não sabe caridade também é sinônimo de esmola, e Antônio doou sua vida em caridade pelas palavras de Cristo, em nome de seu mandamento "um novo mandamento vos deixo: que vos amais uns aos outros; como eu vos amei a vós.” (Jo 13:3). Antônio se espelhou em Jesus para viver este amor e nós acomodados dizemos ser devotos do santo e pedimos que ele interceda por nós junto ao Cristo..
Daí achamos que fazemos nossa parte nos tornando amigos dos santos e enchemos a boca para dizer por exemplo:  “Ah! sou amigo (a) de Santo Antônio, faço uma colaboração mensal, participo todo dia 13 das missas em sua honra!” Parabéns! de fato a igreja necessita de sua colaboração, sem a mesma seria impossível manter sua estrutura física. Entretanto sua autopromoção em dizer que colabora com a igreja te faz pecar pela vaidade, ou seja, não se faz necessário anunciar que fez tal ato.
Devemos valorizar o ser humano, viver o amor real pregado no novo mandamento. Um amor que nos faça caridosos e esperançosos.
É preciso ter coragem para amar o próximo mesmo quando se está sob julgamento.
É preciso viver o amor em sua gratuidade, de forma a se entregar de corpo e alma para aqueles que precisam. Pequenos gestos ainda são motores de grandes reações. Cruzar o braço logo após abrir a carteira não te faz caridoso. O amor ainda é a moeda universal de que todos precisam.
Vamos ser mais que devotos dos Santos, vamos nos espelhar no modelo de vida que eles viveram, e mostrar que o AMOR que Cristo nos deixou como novo mandamento é mais forte que os sentimentos mesquinhos e pessoais da atualidade em que vivemos.