terça-feira, 25 de junho de 2013

Palavra: a adaga invisível que corta a alma

              
              Muitas vezes desprezamos o poder das palavras, até o momento em que ela nos corta em pedaços. Neste momento notamos qual o significado da adaga mitológica capaz de tirar a vida de um Deus.
            Quando estudamos, por exemplo, os poetas notamos uma grande semelhança entre eles, suas eloquências ao retratar o amor e somos levados a crer que isso tem como base ou a felicidade aclamada pelo coração ou na dor proclamada pela lógica encontrada na decepção. Erro grande esse em que somos submetidos, ou seja, as palavras são mecanismo de defesa ou de contemplação e não necessitam de uma razão para serem expressadas, por este motivo muitas vezes dizemos algo sem ao menos imaginar qual o impacto terá no outro. Esquecemos que cabe a cada um sua interpretação.
            Aprendemos desde criança que as palavras tem sinônimos e antônimos, mentira no dia a dia nem usamos esses termos apenas aplicamos conforme nossas necessidades, palavras tomam significados bem peculiares a nossas necessidades.
O julgar que deveria ser baseado em acumulo de provas cabíveis para uma sentença justa, toma a forma de sentença, ou seja, ele passa a ser meramente o pronunciamento de uma verdade absoluta.
Por falar em verdade, qual o peso dela? Nunca existirá uma verdade plena, opa “depende do ponto de vista” para a Teologia as Sagradas Escrituras são algo indiscutível. Tirando isso a verdade sempre vai ser interpretações maquiadas por razões própria, em outras palavras, uma mentira bem construída toma força e passa ser “verdade”.
A pergunta é por que nos sentimos tão presos em assumir nossos atos? Isso porque queremos viver uma sociedade maculada pelo falso moralismo, que impregna nossas almas, nos tornando navalhas.
Desta forma, não preciso estar enamorado e muito menos desiludido para usar minhas armas, digo minhas palavras. Mesmo porque ser poeta nesta sociedade em que vivemos é assinar atestado de louco, com carteirinha de sindicato e tudo.
Não sou poeta e não é por medo de me filiar a este grupo de pessoas e sim por que sou um boi abatido no matadouro. E partes de mim foram fatiadas quando empregaste suas condenações sem ao menos me da o direito de um “julgamento”, outras foram entregues em grandes pedaços aos cachorros famintos quando seu ego deixou de enxergar que sentir é diferente de possuir e por fim usaste do poder afiado de suas palavras para se esquartejar um sentimento puro e verdadeiro.
Porém mesmo depois de decepar o meu físico ainda, regou seu jardim com o pó que conseguiste ao moer minha alma.
Daí as pessoas que estão lendo isso irão dizer: nossa que deprimente, o autor deste texto é um louco embriagado nas desilusões amorosas e bla bla bla ... Engano a verdade das palavras para alguns podem ser apenas um jogo ou teste. Uma vez que a interpretação é singular e na maioria das vezes longe das razões ao que o autor está submetido.

Então cuidado ao julgar, cautela ao condenar e principalmente prudência, pois o amor suporta tudo em alguns casos até sobreviver de migalhas, mas a mentira é ópio de um coração que sangra depois de ser dilacerado.