domingo, 20 de novembro de 2011

Somos águias medrosas que utilizam os olhos, mas não as asas.


Vivemos sempre olhando e criticando os outros e esses atos acabam nos tornando pessoas acomodadas, ou melhor, dizendo pássaros no ninho.
Atitudes de uma sociedade mesquinha, fechada e paternalista. Desde criança somos criados para viver trancafiados em mundos imaginários criados pelos nossos próprios pais. Este ato de super proteção na maioria das vezes nos transformam em águias dentro do ninho. Ficamos apenas observando, mas sem coragem de nos jogar do penhasco para aprender a voar.
Existe um conto mitológico que gostaria de usar como para base neste texto, ele fala sobre Ícaro.
Ícaro era filho de Dédalo, um grande inventor das eras mitológicas (talvez só perdesse para Hefesto o grande Deus ferreiro). Seu pai criou entre tantas coisas o labirinto do Minotauro. Dédalo diferente dos muitos pais que conhecemos hoje, não queria que seu filho vivesse uma vida de prisão junto com ele, desta forma criou um par de asas para Ícaro e outro para si, tentaram conquistar suas liberdades. Sabiamente ele explicou a seu filho os riscos de sair do ninho. Se ele voasse muito próximo ao sol suas asas confeccionada de cera de abelha derreteriam e se voasse muito próximo ao mar elas ficariam mais pesadas. Ícaro, no entanto ao sair de sua prisão (o labirinto que seu próprio pai criou) ficou deslumbrado com o brilho do sol e esqueceu-se dos conselhos do pai, e voou mais alto que deveria. Dédalo nada pode fazer a não ser observar seu filho despencar no mar.
Este conto nos mostra o porquê nossos pais são paternalistas, entretanto o erro não está no ato de nos trancafiar no ninho, com medo de que nossas asas não suportem os ventos fortes que conduzem nossas vidas. O erro de nossos pais está no fato de que, em vez de nos ensinar que os riscos fazem parte do crescimento do ser humano eles na maioria das vezes, nos aconselham usando as tragédias das outras pessoas como exemplo de coisas ruins que podem nos acontecer. Assim nos tornamos pessoas mesquinhas, e medrosas, ou seja, em vez de arriscarmos, optamos por ficar no ninho criticando a coragem dos outros que sobrevoam a seu redor. É tão mais prático querer ser uma águia que observa detalhadamente os erros de quem tem coragem de voar em vez de nos arriscamos e aprendermos como nossos próprios erros. Não adianta viver de exemplos, duas velas acessas ao mesmo tempo tem chamadas diferentes.
Todo ser humano tem o direito de sair do ninho, mas preferem construir seus ninhos em muros altos, de onde possam observar a vida das pessoas, fazendo fofocas, criticando ou colocando o famoso olho gordo. Tornan-se pessoas sem opiniões e sem sonhos.  
Sair do ninho é saber que sem arriscar nada é conquistado. Existe uma grande diferença entre o ter e o conquistar, o ter nos torna pessoas fracas sem garras, sem cicatrizes e sem aprendizado, ou seja, só dá valor aquele que conquistou o direito de ter, pois ele se arriscou se jogou do penhasco da vida, querendo alcançar o ponto mais alto, mesmo caindo junta suas forças e torna a se jogar, mas da segunda vez já com experiência sabe que seus erros o fortaleceu e o fez mais sábio. Tão sábio que descobriu que o gosto da verdadeira vitória esta impregnado em cada arranhão que a vida cicatrizou na sua alma e que por isso deve valorizar o que TEM.