Vivemos sempre olhando
e criticando os outros e esses atos acabam nos tornando pessoas acomodadas, ou
melhor, dizendo pássaros no ninho.
Atitudes de uma
sociedade mesquinha, fechada e paternalista. Desde criança somos criados para
viver trancafiados em mundos imaginários criados pelos nossos próprios pais.
Este ato de super proteção na maioria das vezes nos transformam em águias dentro do ninho.
Ficamos apenas observando, mas sem coragem de nos jogar do penhasco para
aprender a voar.
Existe um conto mitológico
que gostaria de usar como para base neste texto, ele fala sobre Ícaro.
Ícaro era filho de
Dédalo, um grande inventor das eras mitológicas (talvez só perdesse para
Hefesto o grande Deus ferreiro). Seu pai criou entre tantas coisas o labirinto
do Minotauro. Dédalo diferente dos muitos pais que conhecemos hoje, não queria
que seu filho vivesse uma vida de prisão junto com ele, desta forma criou um
par de asas para Ícaro e outro para si, tentaram conquistar
suas liberdades. Sabiamente ele explicou a seu filho os riscos de sair do
ninho. Se ele voasse muito próximo ao sol suas asas confeccionada de cera de
abelha derreteriam e se voasse muito próximo ao mar elas ficariam mais pesadas.
Ícaro, no entanto ao sair de sua prisão (o labirinto que seu próprio pai criou)
ficou deslumbrado com o brilho do sol e esqueceu-se dos conselhos do pai, e
voou mais alto que deveria. Dédalo nada pode fazer a não ser observar seu filho
despencar no mar.
Este conto nos mostra o
porquê nossos pais são paternalistas, entretanto o erro não está no ato de nos
trancafiar no ninho, com medo de que nossas asas não suportem os ventos fortes
que conduzem nossas vidas. O erro de nossos pais está no fato de que, em vez de
nos ensinar que os riscos fazem parte do crescimento do ser humano eles na
maioria das vezes, nos aconselham usando as tragédias das outras pessoas como
exemplo de coisas ruins que podem nos acontecer. Assim nos tornamos pessoas
mesquinhas, e medrosas, ou seja, em vez de arriscarmos, optamos por ficar no
ninho criticando a coragem dos outros que sobrevoam a seu redor. É tão mais
prático querer ser uma águia que observa detalhadamente os erros de quem tem
coragem de voar em vez de nos arriscamos e aprendermos como nossos próprios
erros. Não adianta viver de exemplos, duas velas acessas ao mesmo tempo tem
chamadas diferentes.
Todo ser humano tem o
direito de sair do ninho, mas preferem construir seus ninhos em muros altos, de
onde possam observar a vida das pessoas, fazendo fofocas, criticando ou colocando
o famoso olho gordo. Tornan-se pessoas sem opiniões e sem sonhos.
Sair do
ninho é saber que sem arriscar nada é conquistado. Existe uma grande
diferença entre o ter e o conquistar, o ter nos torna pessoas fracas sem
garras, sem cicatrizes e sem aprendizado, ou seja, só dá valor aquele que
conquistou o direito de ter, pois ele se arriscou se jogou do penhasco da vida,
querendo alcançar o ponto mais alto, mesmo caindo junta suas forças e torna a
se jogar, mas da segunda vez já com experiência sabe que seus erros o
fortaleceu e o fez mais sábio. Tão sábio que descobriu que o gosto da
verdadeira vitória esta impregnado em cada arranhão que a vida cicatrizou na
sua alma e que por isso deve valorizar o que TEM.