quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Compreender: ato de quem não julga

Acabei de assistir o desenho ParaNormaN, muito bom  e simples. Tem um grande caráter ideológico.
A trama narra o drama de um garotinho que enxergar e fala com as almas. Ele vive em uma cidade amaldiçoada por uma bruxa que foi executada depois de um julgamento “humano” que chegou ao veredicto que ela seria perigosa.
Como a maioria dos filmes que tratam as perseguições, tem alguns personagens clichês, como o fortão sem cérebro, o valentão gordo, a irmã patricinha que se vê obrigada a tomar conta do irmão caçula, o amigo gordinho que também é perseguido, um tio maluco e os pais que nunca acreditam no que o filho diz.
Sei que hoje em dia fazer um roteiro único sem clichês é complicado, entretanto o filme mesmo com um ritmo lento surpreende.
Na moral da história notamos que os monstros (zumbis) não são os vilões, foram condenados a serem perseguidos e julgados da mesma forma que eles agiram com a suposta bruxa.
O filme mostra que nunca é tarde para reconhecer os erros, lógico que não precisamos morrer para reconhecer o quanto somos falhos.
Os zumbis (as sete pessoas que julgaram a bruxa) são perseguidos e não conseguem o descanso eterno, porque simplesmente mataram uma criança que dizia falar com os mortos. Com medo de lidar com essa esse dom eles preferem dar fim a vida da criança.
Agora moralmente dizendo, já imaginou se fossemos jogar na fogueira todo mundo que tem algo diferente dos padrões criados pela sociedade. Já parou para pensar que Deus não deve ter feito ninguém diferente para ser julgado e sim compreendido. Não cabe a mim, a você ou ao homem julgar o próximo, isso esta em uma mensagem subliminar ,ou seja, sete pessoas o numeral é considerado o número da perfeição e perfeito é o Criado e somente Ele pode nos julgar.
Compreensão é o que o garotinho perseguido buscava e esse era o seu maior dom por isso conseguia falar com os Zumbis. Ele conseguia escutar o que ninguém quer ouvir e graças a isso descobre que os zumbis eram amaldiçoados pela garotinha que no momento de sua morte jurou vingança e não eram os vilões da história, não que indiretamente eles não sejam, pois foram os responsáveis por tirar a vida da menininha.
Quantos zumbis vivos você não cria diariamente? Sim estamos fadados a momentos de ira que terminam em perseguições pessoais infindáveis, por mero capricho de nossos egos machucados.
              Está na hora de aprender a respeitar e abraçar o que nos assusta. É preciso compreender a razão do medo que nos afasta, para não nos tornamos juízes e muito menos Deus para decidir o que é certo e o que é errado! É preciso abrir o coração para sentir e os ouvidos para escutar de forma a sempre compreender os motivos daqueles que nos julgam evitando assim que também os julguemos