Eis então que
no desespero da razão, lá se encontra ele ensangüentado, em meio à dores
terríveis com o coração dilacerado implorando para haver luz no fim
daquela mina de carvão na qual teria
abandonado muito mais que a esperança, perdera seu diamante bruto. Quando,
então, surge um grande clarão que corta o céu anunciando que seu pedido havia
tornado real. Mas o que era abstrato e, ao mesmo tempo, tinha forma de dor
gritava em sua alma que foi abandonada feito uma insígnia adquirida e agora nãio tinha importância alguma.
Não quero me
comparar com nenhum grande filosofo, entretanto muitos deles usavam desta mesma
retórica para expressar suas frustrações amorosas. Aprendi esses dias com o
livro “Os Grandes Filósofos que Fracassaram no Amor", de autoria de Andrew Shaffer, que grandes nomes, ou melhor,
“pensadores” eram no mínimo pervertidos e no máximo grande eremitas no campo do
coração.
Alguns mesmo
participando de uma relação estável (também conhecida como casamento) mantinham
certo desprezo pela vida conjugal, dando preferência para a vida extraconjugal.
No entanto o
foco deste texto é demonstrar que mesmo os que odiavam amar, seja por desprezo,
falta de caráter ou até mesmo por opção, sofreram por amor e tiveram vidas
marcadas pela dor de permanecer no vazio.
Platão um dos
grandes filósofos chega a afirmar que “o amor é uma doença mental, séria”. Ele
não mentiu. Muitos enamorados deixam de se amar em nome de ilusões
devastadoras, se alimentando de sentimentos mesquinhos como a irá e o ciúme.
Existe coisa pior que sentir ciúmes de algo que não te pertence? E viva o amor
platônico, pois que o real muitas vezes é mais falso que os grandes oásis.
Talvez olhando
por está vertente Aristóteles tenha expressado que: “o amor demonstra sua
grande força, fazendo com que o tolo se torne sábio e o sábio se torne um
tolo”. Você já parou para pensar como agem os grandes enamorados? Muitas vezes
deixam de lado a razão, agindo como loucos sem refletir nas conseqüências de
seus atos e castram a liberdade de quem dizem amar.
Muitas vezes
criamos grandes barreiras entre o que podemos e o que não devemos viver e o
amor é trancafiado em uma “caixa chamada liberdade”. Somos livres para tentar,
entretanto como diria o grande poeta Renato Russo “A paixão já passou em minha
vida. Foi até bom, mas ao final deu tudo errado e agora carrego em mim uma dor
triste, um coração cicatrizado. E olha que tentei o meu caminho, as tudo agora
é coisa do passado”. O sofrimento cria barreiras intransponíveis pela coragem e
“tentar” novamente é um risco que não se pensa em correr.
René Descartes
comprova isso ao afirmar que “é fácil odiar o difícil é amar”. Sim, o ódio faz
o sangue ferver, obriga você a acalmá-lo com vinganças minuciosamente
calculadas te dando ar de satisfação, enquanto o amor cobra de você mais do que
muitas vezes está preparado para dar e, inclusive depois de te sugar o último
suspiro, ainda vai te mostra que o prazer estava apenas no ato de conquistar. E
mesmo depois de encontrar o desespero você ainda será violado com a doce ilusão
das palavras carregadas de retórica e de veneno. Pensando nisso John Locke
afirma: “diga a um homem apaixonado que ele está sendo enganado: traga um grupo
de testemunhas que contem sobre as falsidades de sua amante: aposto dez a um
que três palavras doces dela invalida todos os testemunhos”.
O amor é um
alimento invisível que, para alguns constrói pontes para o paraíso e, para
outros, é como um entorpecente que consome a alma e faz entrar em decomposição
o corpo perfeito, venerado e procurado pelos grandes predadores também conhecidos
por conquistadores. Como diria Jean Jacques Rousseau: “o que é o amor
verdadeiro sem si, a não ser uma ilusão? Se víssemos quem amamos exatamente
como é, não haveria mais amor na Terra”.
E viva o ouro
dos tolos, o alimentos dos fortes, pois a mim só cabe buscar o conhecimento, uma
vez que a razão não se embriaga no deserto árido que clama por atenção. Deserto
este também conhecido pela ciência como coração.