terça-feira, 18 de outubro de 2011

Solidão carnal


Já havia passado da meia noite, e a luz prateado emanada pela gigantesca lua cheia, adentrava ao quarto através das frestas da janela e iluminava aquele corpo desnudo debruçado sobre um lençol que parecia com pequenas partículas de gelo que cai nos dias de inverno.
Era como se a própria deusa da lua Artemis, estivesse guiando seus sonhos em busca da presa mais perfeita, guiando seus sonhos em busca de uma verdade singular, que só se encontra quando estamos no ápice de nossas dores.
Em seu semblante notava-se a satisfação que seus sonhos lhe proporcionavam. A lua tentava imaginar o que queria dizer aquele sorriso que se equilibrava vez como o de uma criança pura outra como a de uma jovem sensual disposta a cometer as mais calorosas noites de prazer.
Vez ou outra a brisa que adentrava da janela junto com os raios lunares, soprava seus cabelos cacheados e loiros.
De repente seu sorriso deu espaço para um lineamentos, tenso, inquieto e seu corpo parecia corresponder a seus aflitos. Ela passava as mãos sobre seu corpo como se estive em busca de prazer. Sua pele começou a verter líquido em abundância e seu lençol agora parecia que tinha acabado de ser utilizado por enamorados, que fazem de suas transpirações a união de células de corpos diferentes. Suas mãos deslizavam sobre a sinuosidade de seu corpo, em busca da vulva. Mesmo dormindo ela emitia suspiros de prazer. Lá fora a lua tentava imaginar seus sonhos, suas loucuras, tentava imaginar qual era a fonte de tanto prazer, de tanta transpiração.
Inquieta e sem conseguir descobrir qual era a fonte de tanta felicidade, a lua representada pela deusa da caça se sentiu humilhada e seus raios prateados deram espaço para grandes e poderosos relâmpagos que cortavam o céu.
A lua estava sentindo-se trocada, para ela a bela garota ignorava toda sua contemplação por causa de um orgasmo noturno.
Neste exato momento um clarão acompanhado de um estrondo acorda a sensual garota que tinha transformado seu lençol em um rio de suor. Assustada ela sentou-se na beira da cama e olhou para lua que voltara a ser prateada e brilhante, seus olhos azuis contemplava a lua assim como o beija-flor contempla as mais lindas tulipas.
Foi ai que a lua pode entender que atrás daqueles olhos imaculado escondia-se o desejo de viver na mais longa e fria solidão assim, como escolhera Artemis, a deusa da caça que fazia de suas buscas pelas mais belas presas a razão para viver a solidão da carnal.