sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Vilipendiado.


Às vezes me sinto tão imenso como o universo e tão solitário como as estrelas.
É um vazio sem explicações, é uma carência sem motivos e uma dependência sem vícios.
O coração toma as dores da razão e publica suas mágoas e suas angústias como se tudo tivesse que ser notório.
Viver deixa de ser um ato de liberdade e torna-se um ato melancólico, cheio de desprezo e amarguras.
Um tiro no escuro que acerta o próprio peito, que se tinge de vermelho.
A solidão inexplicavelmente toma a forma de um dragão que cospe sobre você realidades que cortam a pele como navalhas e ferem a alma como o pecado incondicional.
E você se vê jogado em um chão frio, umedecido pelas lagrimas da falta de amor, da falta de carinho e do medo da solidão. Um isolamento que congela até mesmo a alma.
Você se sente como um feto que luta pela vida, que chuta, bate, pula pela necessidade de se sentir visível no seio de uma sociedade entregue aos corvos e aos predadores.
E você descobre que a solidão é a bebida do viciado, o alimento do esfomeado a necessidade dos soberanos e adaga dos vilipendiados.