sábado, 3 de dezembro de 2011

A Correnteza da Vida (1977)

De tempo em tempo tento compreender:
Esse reflexo e me questiono
Ó tempo inexorável que padece rápido?
Ó tempo que trás cicatrizes de herança?
Deixadas no corpo e na alma
Com você se adquire e se priva
Adquire-se maturidade e discernimento
Adquire-se amigos frutos de uma vida cheia de histórias
Inevitavelmente também as ervas-daninhas
Ah! Tempo recorda-te é redescobrir
Que o coração varias vezes já derramou lagrimas
Que o coração varais vezes já se deslumbrou em risos
Momentos mágicos que somem no piscar dos olhos
Momentos inalteráveis que retornam a todo instante
Priva-se de formas físicas que se desgastam
Silhuetas que perdem perfeições
Feições magníficas que se priva em marcas
Olhar o rio da vida é descobrir
Que a correnteza dos anos não muda o curso
Que o Passado se faz presente
No coração transbordado em sentimentos
Na imensidão de uma memória um pouco gasta
Que as marcas evidentes no semblante
São vitórias de momentos difíceis
Que a verdadeira beleza esta na alma e é eterna
O resto é casca e não importa suas alterações
Que o mérito não esta no que se é
Sim no legado que se deixa

Publicado originalmente na comunidade dom orkut "Apaixonados por Poesia"em 21/09/2006