domingo, 6 de maio de 2012

Encontro cartesiano


 As nuvens muitas vezes nos dizem mais que as estrelas, elas desenham o presente, borram futuro e apagam o pretérito.
O ser humano quando dono de seu equilíbrio, de suas razões desconhece as armadilhas do tão cruel destino imposto pelos Deuses gregos e defendido pelos mortais.
Duas vidas distintas se cruzam em um ponto cartesiano criando um ponto de fuga em um horizonte turvo, sem nitidez ou lucidez.
Transitam pela rodovia sombria das palavras, se comunicam com signos sem significados concretos e por gestos enlouquecidos
É o racional que se desmonta dando espaço a esperanças antes nunca sonhada
É o emocional que se descobre nas arestas de uma estrada desconhecida, em que as pistas vazias cortam o coração como se fossem navalhas, deixando tudo a ermo
Deste choque emana algo em comum, entretanto incompreendido
Como o sábio que habitava as mais profundas cavernas do lógos pode se entregar a um léxico dominante, usado como chave de templos vazios sem vida
Como a sabedoria do coração consegue lidar com as batalhas incessantes no universo paralelo do logos tão tenebroso
Destinos em atritos criam grandes explosões com troca de valores
Trocas de papeis capaz de transmutar o nada em tudo e o tudo em buracos negros
Sorrisos superficiais expressados espontaneamente para disfarçar as lagrimam de um coração, comprimido em dores e desapontamentos
Olhos vazios já habitados pela racionalidade que foram entregue em sacrifícios a sonhos inacabados e incompreendidos
A evasão do encontro cartesiano vista como opção de indubitável ou não é um lapidar das sombras e do medo de clamar em seu intimo sua própria persona.