Esta manhã
tudo pareceu tão diferente, ao abrir os olhos notei que a membrana turva que
cobria minha visão dava espaço a lógica de que existe muito mais depois do
horizonte.
Senti então
uma necessidade profunda de abrir as janelas que muitas vezes me levaram para lugar nenhum para poder contemplar coisa alguma.
Foi então que
percebi que a linha do horizonte que desenhei com o vermelho dos seus lábios havia sofrido oxidação tornando se negro, agora da espaço a um verde que brotou dos
sonhos que nunca tivemos e da esperança que já foi foco do prazer.
No mais
profundo infinito eu descobri que a chama não se apaga pela ausência de combustível,
ela arde sem se ver e queima na incerteza dos seus passos que já não acompanho,
mas que sei que trilham por estradas banhadas em chuvas torrenciais de pensamentos
concretizados pelas certezas das dúvidas morais.
Essa manhã eu
abri as janelas da alma e decidi deixar você seguir seu rumo, na esperança de
que quando chegar o momento certo irá olhar para trás e observar o mar de
lagrimas criado pelo desprezo que sofri ao te ver caminhar para o horizonte
incerto das certezas.
Foi então que
notei que o amor que foi tatuado em meus lábios, não carrega o sabor amargo dos
momentos felizes entrelaçados pelo destino que como brisa te trouxe e como de
vendaval te levou.