terça-feira, 2 de outubro de 2012

O triste partir de quem não se foi completamente

Esta manhã tudo pareceu tão diferente, ao abrir os olhos notei que a membrana turva que cobria minha visão dava espaço a lógica de que existe muito mais depois do horizonte.
Senti então uma necessidade profunda de abrir as janelas que muitas vezes me levaram para lugar nenhum para poder contemplar coisa alguma.
Foi então que percebi que a linha do horizonte que desenhei com o vermelho dos seus lábios havia  sofrido oxidação tornando se negro, agora da espaço a um verde que brotou dos sonhos que nunca tivemos e da esperança que já foi foco do prazer.
No mais profundo infinito eu descobri que a chama não se apaga pela ausência de combustível, ela arde sem se ver e queima na incerteza dos seus passos que já não acompanho, mas que sei que trilham por estradas banhadas em chuvas torrenciais de pensamentos concretizados pelas certezas das dúvidas morais.
Essa manhã eu abri as janelas da alma e decidi deixar você seguir seu rumo, na esperança de que quando chegar o momento certo irá olhar para trás e observar o mar de lagrimas criado pelo desprezo que sofri ao te ver caminhar para o horizonte incerto das certezas.
Foi então que notei que o amor que foi tatuado em meus lábios, não carrega o sabor amargo dos momentos felizes entrelaçados pelo destino que como brisa te trouxe e como de vendaval te levou.