quinta-feira, 31 de maio de 2012

Meu espelho reflete o Aqueronte


Ó doce brisa leve que acaricia minha face em que curva se perdeu no horizonte?
Saiu para caminhar e se perdeu as margens do rio Aqueronte que reluzia as sombras!
Foste buscar o certo na incerteza do brilho angelical que não chega ao tártaro
Enganou-se nas ilusões reais de um mundo abstrato
Ó doce brisa que conduz o aroma das flores na primavera e carrega o pólen aos lugares mais fulminantes
Por que levaste minha sobriedade deixando o logos sem tradução ou interpretação?
Sem você o cair das noites são secos como os atos não pensados!
Sua ausência preenche o contorno de minha consciência desenhada pelas falsas verdades que ouvi e senti
Ó doce brisa que brinca com os gestos e ignora o verbo
Mostre-me os cálculos da felicidade somada e não vivenciada
Conduz junto de sua fragrância o desabrocha das rosas que nascem com espinhos para lembrar que a o belo e o pitoresco estão na mente de cada ser
Ó doce brisa que ultrapassa as falsas mentiras e aquece os corações solitários
Suplico caso encontre o meu “eu” perdido na sobriedade das razões insanas, lembre-se que crer é diferente de se socializar
Ó ventos tempestuosos que inundam minha jornada, esquecida pelas as fraquezas humana
Suscite em meu ser tornados de alegrias capazes de levar para o infinito a lama do rio Aqueronte que cobre meu ser.
     


quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ficar sozinho não é opção: é medo de arriscar


          Não sei as outras pessoas, mas sei que eu sou uma pessoa muito carente sozinha, entretanto por opção minha!
Engana-se quem acredita nesta afirmação, muitas vezes criamos barreiras, gigantescas muralhas entre nosso sentimento e os sentimentos vazios do mundo. Dizemos que somos eternos ermitões, quando na verdade temos medo; medo de não ser correspondido, medo de sofrer ou simplesmente medo de escolher demais e acabarmos sozinhos.
Bancamos o super-herói forte e escondemos nossas fraquezas. Daí certo dia toda essa fortaleza vem abaixo, com um simples ato de sedução: o sorriso.
Quem nunca se sucumbiu a um sorriso, não sabe o que é viver na adrenalina da loucura chamada paixão.
Ela faz seu sangue ferver, te leva a fazer loucuras que sua razão jamais vai compreender. Imagine uma pessoa toda centrada em suas arrogância e prepotência ser destruída por um sorriso jovem, sedutor e avassalador.
Mas fico me perguntado, até que ponto é bom ser sedutor? Será que o mundo um dia não vai te devolver toda essa sedução de uma forma suja? Por que ganhar (conquistar) por mero capricho?
A sedução é a arma dos jovens, que querem corpos quentes cheios de prazer. Porém o bom sedutor mesmo que perca a virilidade de sua juventude, sempre tentará ser o galanteador de ontem. Esquecendo que a beleza física é algo ilusório que um dia deixará de existir e que pelo menos 50% de seu poder de seduzir e enganar acabará.
Outra arma usada pelo galanteador é a mentira sedutora, como o EU TE AMO ou VOU CUIDAR DE VOCÊ.
Se você acha que está vacinado contra esse tipo de pessoa, está mais doente que imagina, pois eles estão em todos os lugares à espera de um simples vacilo seu, uma falha em sua muralha.
Não adianta, por mais que se sinta protegido em um reino onde você é o monarca, seu coração sempre será o seu súdito mais irresponsável, quando você menos esperar ele vai aprontar com você. Vai se entregar a alguém que se diz digno de seus lábios, merecedor de seus abraços e puro para seu amor. Porém depois que conseguir colocar você no chão, vai te fazer sentir um lixo, e sentir nojo do seu próprio amor e destruirá suas razões.
Até que um dia você, vai olhar no espelho e dizer: - A fila andou, ou melhor, a partir de hoje não quero saber de jogo de sedução ou de amor. Isso vai durar tempo suficiente para se iludir com outro sorriso e viver o mesmo ciclo, pois estamos sempre em busca de alguém que nos ame e sempre encontraremos quem se alimente de nosso amor. Essa pessoa vai brincar com suas dores e vai te jogar fora para se alimentar de outro coração carente necessitado de ilusões.
O “eu te amo” ou o “viveram felizes para sempre” era da época do romantismo barroco, hoje vivemos algo que ultrapassa o existencialismo, arisco a dizer que vivemos na era das mercadorias seu amor é valioso até que apareça outro em “promoção”. Então não adianta dizer que ficar sozinho é opção que na realidade é medo de ser mercadoria barata ou super valorizada.  

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A liberdade condicionada: você com certeza também a vive


 A febre no momento é o filme ““Os Vingadores” que, por sinal, é uma das melhores adaptações de super-heróis da atualidade.
O filme inova no sentido de ideologia, ou seja, na maioria dos filmes, o caráter ideológico está exposto de maneiras subliminares no final do mesmo. Este não foge a regra, mas te leva a pensar desde o início.
O príncipe asgardiano Loki (o Deus da trapaça) em seu jogo de palavras e prepotência levanta o seguinte questionamento: a liberdade é algo falso sempre queremos ser livres, mas vivemos presos. Essa é apenas uma referência ele diz isto com outras palavras lógico.
Estaria o deus nórdico trapaceando ou expondo a verdade na face da população? Você realmente é livre? Quanto vale sua liberdade?
 O filósofo Rene Descartes coloca que nossa liberdade está ligada a nossa necessidade de duvidar, ou seja, muitas vezes não conseguimos definir nem mesmo quem somos como podemos afirmar que somos livres.
Todos querem ser livres, lutam por liberdade, mas sentem a necessidade de algo inexplicável chamado “atenção”. Se sou livre porque necessito de atenção?
Sua liberdade pode ser vista de forma positiva (espontânea), ou seja, você pode agir com naturalidade, até mesmo “falar o que der na telha”. Porém tua liberdade não transforma seu teto em algo impenetrável e ser livre desta forma te expõe e de certa forma você deixa de ter a atenção que deseja, porém essa liberdade pode passar a ter caráter de pré-julgamentos.
A liberdade muitas vezes está ligada a servidão ou submissão, um exemplo, você esta cansado de ter seus pais controlando sua vida, quer sua liberdade, se acha livre, mas é submisso a eles, pois ainda divide o mesmo teto que eles. Dai você decide: "vou casar e ser livre". Engano, você troca uma submissão por outra, entretanto uma que você optou por viver pois é livre para escolher.
Voltando a liberdade condicionada questionada por Loki, as pessoas se dizem livres, mas rendem graças a Deus quando têm alguém que possa cuidar delas. Exemplo: o irmão caçula que apronta todas as travessuras e provoca a todos porque sabe que o irmão mais velho irá defendê-lo de possíveis agressões geradas por sua liberdade exagerada. Loki mesmo em sua ganância sabe que no final o amor de seu irmão não deixará que o pior aconteça a ele.
Somos assim, como na ficção, queremos ser livres, mas buscamos sempre quem possa cuidar de nós. Por isso quando estamos carentes nos apaixonamos tão rápido por palavras ditas em vão. O erro não está nas palavras e sim na sua necessidade de ter uma liberdade condicionada.
Essa liberdade existe em vários locais na nossa sociedade, quantas não são as pessoas que se escondem atrás de instituições para se sentir bem. O alcoólatra, por exemplo, conhece sua fraqueza sabe que não pode beber o primeiro gole. E o que faz? Busca refúgio nos grupos de AA. Mas, me diz uma coisa, as pessoas caminham 24horas por dia com ele? Não ele é livre pode beber a hora que quiser! E por que não faz? Pois acredita que existem pessoas que o apoiam.
Você sabe o que são os super-heróis pela visão americana, seres extraordinários com poderes magníficos dispostos a lutar pelo bem e contra o mal. Porém, se existe o bem existe o mal ou vice-versa, ambos criados pelo excesso de liberdade.
Somos e sempre seremos presos em nossa liberdade, podemos enganar as pessoas ao nosso redor, mas jamais nos livraremos das amarras da nossa consciência. Seremos sempre como Peter Pan, um ser que expõe sua liberdade no medo de crescer, cria um mundo imaginário que não é o mais perfeito. Todavia a Terra do Nunca não o esconde de sua consciência. Por que não? Pois ele tem na Terra do Nunca duas formas de cobranças; a Wendy que de forma sutil sempre o lembra que ele precisa ter responsabilidade (o que implica em ser adulto e assumir sua liberdade condicionada) e o próprio Capitão Gancho, que tenta a todo custo se vingar de Peter, a vingança aqui pode ser interpretada como castigo consequência de um ato sem responsabilidade.
Loki está certo desta nossa falsa liberdade tanto que no final, o personagem Capitão América assume liderança de um grupo chamado de “Os Vingadores”, mostrando que precisamos de um capitão no leme de nossas vidas. Lógico que aí existe uma alusão que "os americanos tomam contam de nós". Em outras palavras a América impõe que sempre que precisamos de ajuda ela estará lá disposta a vingar os oprimidos. Saddam Hussein que o diga.
 Entretanto não devemos gritar pelos vingadores para nos salvar sempre que estivemos em perigo, temos que gritar para nosso subconsciente que nossa liberdade condicionada necessita de algo mais que atenção. Ela precisa de doses reais de amor correspondido que se transforma em engrenagem para movimentar nossas emoções. Então sua liberdade é diretamente dependente de sua felicidade.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

O falso real imposto pela verdade abstrata


Já roubei versos que nem meu coração sabia que existiam
Já publiquei palavras que não compreendia
Já viajei nas curvas que na escuridão contornei e desenhei
Tive sonhos irreais que ultrapassavam os limites do abstrato
E o abstrato fez de minha dor algo concreto
As asas da imaginação foram podadas pelas garras da mentira oculta
Já estive em campos minados, onde minuciosamente sobrevivi fisicamente
Não roubei beijos apaixonados e mesmo assim fui assaltado
Assaltaram minha alma, levaram de mim a força e o domínio
Destrancaram e escancaram o meu peito que hoje dilacerado não sabe onde está
O abstrato fez mentiras sinceras virarem verdades
O concreto roubou a cena do capitulo sem que essa fosse finalizada
Viver o hoje se tornou necessidade de apagar o que se viveu ontem
A vida foi roubada no encontro de realidades diferentes
O simples ato do  encontro de dois lábios criou uma explosão cósmica
Jogando para todos os lados o amor que se partiu e a mentira em que se viveu

sábado, 12 de maio de 2012

Mãe: minha Maria, minha guerreira


Ser mãe é um dos mais magníficos dons que Deus pode conceder a uma mulher. Poder sentir o valor da vida pulsando dentro de seu corpo, contemplando a cada mês o corpo que se transforma fortalecendo a mente, criando valoresque  muitas vezes são ignorados.
Quando penso neste dom lembro-me da Virgem Santíssima, que acolheu ao desejo do Pai transmitido pelo Anjo da Anunciação. Este anjo não transmitiu apenas a vontade de Deus Pai a Maria, trouxe um significado maior à vida. Demonstrou a todas as mulheres que “ser mãe” requer muito mais que ato físico necessita maturidade, entrega e coragem.
Maria poderia ter sido julgada pelo seu noivo? Foi e é perseguida até hoje por muitos que ainda duvidam de sua “pureza”? Sem contar o fato de ter que ser forte para transmitir forças para o Redentor, que mesmo sabendo ser o Filho do Pai, tinha dúvidas de sua força, exemplo disso o milagre do vinho onde Maria o lembra que Ele era capaz.
Maria ainda viu seu filho ser perseguido, crucificado e morto, e mesmo assim se fez forte aos pés da Cruz.
Qual o filho não enxerga na mãe o cais quando se encontra nas mais torrenciais tempestades marítimas? Qual o filho que não se esforça ao máximo para ser pelo menos o mínimo do que deseja sua rainha, também chamada de mãe?
Existem vários tipos de mães, isso não da nem para se discutir, você já pensou qual o titulo seria o melhor para nomear sua mãe? Não!
Bem acho que poderia dar mil títulos a minha mãe, entretanto Guerreira seria o melhor. Imagina uma mulher sustentar a cinco filhos sozinha, sem ajuda financeira dos pais das crianças e ainda ter que educar cinco pessoas carregadas de valores diferenciados.
Minha mãe é um exemplo de determinação, de força e de simplicidade. Orgulho-me em ser o que sou, não mudaria nada em minha educação e nem em meus valores, tive uma excelente instrutora.
Minha “veia” como a chamo é show de bola tem um coração gigante incapaz de julga, de condenar ou simplesmente pensar em pré-julgamentos, ela não tem luxo, é simples, fala com simplicidade, cativa dos mais intelectuais aos mais humildes.
Sempre me ensinou que o valor não esta nas coisas e sim nas pessoas, me mostrou que conquistar o respeito é mais fortificante que impor o medo através da arrogância.

               Minha mãe me ensinou muito mais do que sua mente possa imaginar.
Minha mãe é como a Virgem Maria, me faz acreditar em mim, mesmo quando já não sei de onde tirar forças, me apóia nas minhas loucuras, sorri nas minhas fraquezas e chora mais que eu com minhas derrotas ou conquistas.
É uma guerreira disposta a lutar mesmo quando a guerra já está quase findada. É um general em campo e um líder justo no meio dos leões e leopardos carniceiros.
Minha mãe é um diamante natural que se lapida diariamente, nas fornalhas acessas pela dor, alimentada pelas lagrimas. Seu coração é um núcleo onde a razão jamais consegue chegar e o amor sempre reina.
Minha mãe é a como a brisa que ultrapassa os oceanos levando a sutileza a outros continentes.
Minha mãe é um dom, é uma dádiva é o pulsar dos corações sincronizados em realidades distintas, ligadas por um único sentimento o “amor”.
Essa é a minha Maria, que não é de Nazaré, mas faz milagres em minha vida, transforma minha ira em paz, minhas lagrimas em sorrisos e os sorrisos em esperanças.

domingo, 6 de maio de 2012

Encontro cartesiano


 As nuvens muitas vezes nos dizem mais que as estrelas, elas desenham o presente, borram futuro e apagam o pretérito.
O ser humano quando dono de seu equilíbrio, de suas razões desconhece as armadilhas do tão cruel destino imposto pelos Deuses gregos e defendido pelos mortais.
Duas vidas distintas se cruzam em um ponto cartesiano criando um ponto de fuga em um horizonte turvo, sem nitidez ou lucidez.
Transitam pela rodovia sombria das palavras, se comunicam com signos sem significados concretos e por gestos enlouquecidos
É o racional que se desmonta dando espaço a esperanças antes nunca sonhada
É o emocional que se descobre nas arestas de uma estrada desconhecida, em que as pistas vazias cortam o coração como se fossem navalhas, deixando tudo a ermo
Deste choque emana algo em comum, entretanto incompreendido
Como o sábio que habitava as mais profundas cavernas do lógos pode se entregar a um léxico dominante, usado como chave de templos vazios sem vida
Como a sabedoria do coração consegue lidar com as batalhas incessantes no universo paralelo do logos tão tenebroso
Destinos em atritos criam grandes explosões com troca de valores
Trocas de papeis capaz de transmutar o nada em tudo e o tudo em buracos negros
Sorrisos superficiais expressados espontaneamente para disfarçar as lagrimam de um coração, comprimido em dores e desapontamentos
Olhos vazios já habitados pela racionalidade que foram entregue em sacrifícios a sonhos inacabados e incompreendidos
A evasão do encontro cartesiano vista como opção de indubitável ou não é um lapidar das sombras e do medo de clamar em seu intimo sua própria persona.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

O pretérito nem sempre é perfeito


O pretérito nem sempre é perfeito
Saudade não pode ser traduzida ela é um sentimento sem explicação
Vem às vezes carregada pelas lagrimas, expressadas por um coração carente
Outras pela distância distorcida pela falsa compreensão
Saudade é um clamor no escuro
É o dialogo sem palavras, sem gestos e sem expressão
É um pesar que infligi a alma e vicia o músculo do tórax
É um desprover dos sentidos racionais e intelectuais
Sentir saudades é um ato de reprimir a necessidade de respirar
Sentir saudades é crer que em algum tempo algo de bom lhe foi oferecido
Saudade é um germe de corrupção moral, que aos poucos te leva alienação
A saudade constrói castelos onde não existe fonte de vida
Fabrica sonhos irreais e irracionais
Leva-te a supor em felicidades desgastadas ou sem princípios
A saudade é o ópio dos corações calejados é a razão sem interpretação
Viver de saudades é simplesmente apagar o que a vida ainda não te deixou escreve
Se o pretérito fosse perfeito não haveria espaço para um vácuo preenchido pela lucidez.