segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Solidão um reino cinza

         
Era uma vez um reino chamado solidão, seus limites eram quase invisíveis. A única coisa que se sabia era que este reino fazia fronteiras com os reinos da razão que se localiza a sua direita e a da emoção esquerda. Seus limites eram guardados por ventos ferozes que anunciava a quem se aproxima que deveria abandonar toda a esperança se quisesse conhecer toda verdade capaz de criar razões dominadoras que se tornam verdades absolutas.
Certo dia o soberano deste reino cansado de olhar o céu cinza resolveu caminhar em direção aos limites da emoção e ao sentar-se sobre uma nuvem avistou ao longe um belo sorriso que emitia uma luz que quase o cegou.
Neste instante decidiu despir-se de toda sua glória de soberano e abriu os ventos com os estalar dos dedos e caminhou até aquele sorriso. Entretanto fora aquele brilho irradiante não existia nenhuma qualidade que pudesse seduzi-lo a voltar a descer de seu trono. Mas para seu espanto as almofadas de falar cativaram seus tímpanos de forma que passou a esperar sempre o termino de cinco dias para sair de seu pedestal e assim ouvir as idéias carregadas de sentimentos que já havia abandonado há anos desde quando conquistou seu reinado.
O soberano da solidão já não conseguia controlar nem mesmo as fortes tormentas que faziam a guarda de seu reino que insistiam que era um erro tal aproximação. Até que precisou lutar contra elas e as destruiu deixando suas fronteiras desprotegidas, nada mais importava a não ser ouvir aquelas palavras que esquentavam seu coração congelado pela falta de esperança.
O que não imaginava era que certa noite ao ser visitado em seu reino já sem guardiões iria sentir de encontro aos seus lábios azuis e gélidos o calor daqueles belos portais chamados lábios que de certa forma o destronou.
Um sonho que durou pouco tempo, agora já sem o calor que o aqueceu e sem seu trono, foi banido condenado a vagar entre os limites dos reinos da razão e da emoção.
Entre tantas batalhas cheias de derrotas e poucas vitórias o rei deixou de lado sua soberania, passou a mendigar migalhas no reino da emoção, porém se via obrigado a se banhar no rio das razões.
O brilho que o alimentou e descongelou seus lábios, derrubou muito mais os tornados que serviam de guardas, deixou-o cego, deixou mais irônico com a vida, o transformou em um cetro sem maestria sem função.
Mesmo com tansas dores, com tantas decepções certo dia quando se aproximou das fronteiras de seu reino notou que as muralhas novamente se faziam presentes então ouviu: Ó soberano da razão sem lógica e da lógica sem emoção dono de tudo que vaga nas cinzas do reino da solidão, deseja abandonar suas esperanças e regressar ao seu trono?
Ele então olhou para o horizonte forçou os olhos para tentar ver cor no reino da emoção, porém só avistou o cinza. Fechou os olhos respirou e falou ao coração, deseja voltar ao seu trono e abandonar novamente a esperança de acreditar no amor, ou preferes mendigar o amor do brilho que hoje já não te ama e não te seduz.
Sabiamente o coração em alto tom respondeu ao guardião da fronteira: Um homem não se mede pelos seus erros ou acertos, a esperança mesmo que abalada e menosprezada não deve ser fruto de barganha. Por este motivo abdiquei do meu trono cabe ao homem reconquistar o que foi seu desde que o traga felicidade! E saiba que entre reconquistar o vazio cinza de um reino e o brilho quente que me norteia prefiro navegar perdido no mar da emoção, com a esperança de pelo menos mais uma vez encontrar os lábios quentes que me mostraram este mundo.
O guardião cheio de ira soprou forte sobre aquele frágil homem e lhe disse: A vida sem vida é a perdição daquele que sonha em ter o que não lhe pertence. Se escolheu vagar no nada vivendo de migalhas saiba que a alma depois de despedaçada não se cola.
Já não sou mais teu soberano tendes o direito de me cortar com as palavras afiadas, mas saiba que o coração quando bate acredita que pode sobreviver mesmo que seja com migalhas.      

terça-feira, 25 de junho de 2013

Palavra: a adaga invisível que corta a alma

              
              Muitas vezes desprezamos o poder das palavras, até o momento em que ela nos corta em pedaços. Neste momento notamos qual o significado da adaga mitológica capaz de tirar a vida de um Deus.
            Quando estudamos, por exemplo, os poetas notamos uma grande semelhança entre eles, suas eloquências ao retratar o amor e somos levados a crer que isso tem como base ou a felicidade aclamada pelo coração ou na dor proclamada pela lógica encontrada na decepção. Erro grande esse em que somos submetidos, ou seja, as palavras são mecanismo de defesa ou de contemplação e não necessitam de uma razão para serem expressadas, por este motivo muitas vezes dizemos algo sem ao menos imaginar qual o impacto terá no outro. Esquecemos que cabe a cada um sua interpretação.
            Aprendemos desde criança que as palavras tem sinônimos e antônimos, mentira no dia a dia nem usamos esses termos apenas aplicamos conforme nossas necessidades, palavras tomam significados bem peculiares a nossas necessidades.
O julgar que deveria ser baseado em acumulo de provas cabíveis para uma sentença justa, toma a forma de sentença, ou seja, ele passa a ser meramente o pronunciamento de uma verdade absoluta.
Por falar em verdade, qual o peso dela? Nunca existirá uma verdade plena, opa “depende do ponto de vista” para a Teologia as Sagradas Escrituras são algo indiscutível. Tirando isso a verdade sempre vai ser interpretações maquiadas por razões própria, em outras palavras, uma mentira bem construída toma força e passa ser “verdade”.
A pergunta é por que nos sentimos tão presos em assumir nossos atos? Isso porque queremos viver uma sociedade maculada pelo falso moralismo, que impregna nossas almas, nos tornando navalhas.
Desta forma, não preciso estar enamorado e muito menos desiludido para usar minhas armas, digo minhas palavras. Mesmo porque ser poeta nesta sociedade em que vivemos é assinar atestado de louco, com carteirinha de sindicato e tudo.
Não sou poeta e não é por medo de me filiar a este grupo de pessoas e sim por que sou um boi abatido no matadouro. E partes de mim foram fatiadas quando empregaste suas condenações sem ao menos me da o direito de um “julgamento”, outras foram entregues em grandes pedaços aos cachorros famintos quando seu ego deixou de enxergar que sentir é diferente de possuir e por fim usaste do poder afiado de suas palavras para se esquartejar um sentimento puro e verdadeiro.
Porém mesmo depois de decepar o meu físico ainda, regou seu jardim com o pó que conseguiste ao moer minha alma.
Daí as pessoas que estão lendo isso irão dizer: nossa que deprimente, o autor deste texto é um louco embriagado nas desilusões amorosas e bla bla bla ... Engano a verdade das palavras para alguns podem ser apenas um jogo ou teste. Uma vez que a interpretação é singular e na maioria das vezes longe das razões ao que o autor está submetido.

Então cuidado ao julgar, cautela ao condenar e principalmente prudência, pois o amor suporta tudo em alguns casos até sobreviver de migalhas, mas a mentira é ópio de um coração que sangra depois de ser dilacerado. 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O que seria a alma?


O que seria a alma? Para os historiadores o homem passa ter consciência no momento que “conhece”, ou melhor, se depara com a morte.
Olhando pelo lado religioso a morte é uma forma de purificação de redenção, pelo qual todo ser humano passará no juízo final. Entretanto existe aqueles que acreditam que depois da morte a alma (algo catolicamente dizendo indivisível) é dividida em duas partes e elas renascerão várias vezes e se multiplicarão pela eternidade.
Não é só porque sou católico, mas acredito que a alma seja algo que transcende toda lógica humana. Ela é única, pois vai carregar os valores de cada humano que jamais será igual a essência de outro. Para mim a alma está ligada diretamente a consciência e esta por vez aprisiona o cidadão em seu próprio “eu”.
Moralmente dizendo é impossível ser transparente na realidade em que vivemos, aqueles que assim tentaram foram considerados insanos.
Atualmente em cartaz nos cinemas de todo o Brasil o filme “A hospedeira”  mostra uma raça de alienígenas que esta colonizando o planeta terra de uma forma diferente das que estamos acostumado a ver nas telas do cinema, ou seja, engana-se quem pensa que vai se deparar com um monstro assassino que nem pensa em escravizar os terrestres apenas em aniquilar toda humanidade. Na trama uma raça chamada de ALMA entra no corpo humano tirando deles a consciência e de certa forma transforma a humanidade em uma espécie pacifica.
O que os extraterrestres não contavam era que uma pessoa pudesse ter sua consciência viva no corpo mesmo depois de ser possuída. Isso porque a determinação e a força de vontade unida ao amor que uma menina sentia pelo seu irmão foi capaz de se manter escondida dentro do seu próprio corpo.
O caráter ideológico do filme é formidável, ou seja, não precisamos de uma invasão extraterrestre para que nos esconder dentro de nós mesmo. O mundo por si só faz isso. Ser livre é coisa muito séria já dizia o poeta Renato Russo.
E quando nos sentimos recuados criamos uma prisão sem muros dentro de nossa mente, que nos inibe até mesmo de demonstrar nossos sonhos. E desta forma passamos a viver os sonhos alheios como se isso fosse o principal critério para ser VIVO.
A ALMA (extraterrestre) no filme pode ser arrancada do corpo humano se feita com amor. Não sou um ET, mas se você me der amor eu consigo canalizar minhas energias e transformar elas em algo produtivo.
O grande problema é que para conquistar nossas almas as pessoas usaram de artimanha bárbara, como a ilusão. Deixam-te desnudo sem muralhas, sem grandes. Estampam o sorriso em seu rosto para depois incendiar sua alma e depois jogar na fogueira das vaidades.
Em outras palavras não precisa ET para destruir almas basta ser bruto e ignorante.

domingo, 14 de abril de 2013

A fé releva até os Ateus.


Esses dias tenho refletido muito sobre minha fé? Será que realmente sou um cristão? Não digo nem bom e nem ruim, digo apenas cristão! Prefiro não falar em rótulos de bom e ruim, pois o mundo nos dá varias vertentes e visões morais de coisas que muitas vezes são imorais.
Voltando ao conceito de cristão, lembro que certa vez em um acampamento “Jovens Sarados” na Canção Nova Padre Roger fez um comentário : - O Jovem vai para faculdade e sofre lavagem cerebral deixa sua fé de lado para viver uma vida nova – abro parêntese para dizer que o sacerdote não usou essas palavras.
Como todos sabem sou critico ao extremo. Logicamente discordei do mesmo, pois nunca tinha abandonado minha amada igreja nos quatros em que me dediquei a Faculdade de Comunicação Social. Hoje cursando História me vejo testado diariamente, e não pela vida universitária que conduz a barzinhos ou rodinhas de conversas liberais, das quais indiretamente o sacerdote se referia. Vejo-me em cheque pelo conteúdo programático do curso, carregado por ideologias subliminares impostas no discurso das aulas ministradas.
Sei que para entender a história tenho que entender todo o conceito de civilização, de economia e cultura e bla bla bla. Porém algumas coisas doem aos ouvidos. Ouvir por exemplo, comentários que confundem cultura com conhecimento, este é um “preconceito” sem tamanho, outro é ver um homem que pode até ter deixado um legado significante para história da humanidade ser quase comparado a Cristo.
Hum! Mas Cristo para esse ser era algo inexistente, ou seja, o homem não precisa da religião e sim a religião precisa do homem. Talvez Padre Roger estivesse certo, se eu não tivesse minha fé construída e fortalecida eu seria mais um idiota que iria ficar assim: Nossa, mas a igreja permitia escravos, ainda mais quando esses era negros como eu posso acreditar em um Deus defendido por esse povo! Ah onde já se viu eles alienavam mesmo quando nem existia a televisão e olha que faziam isso no primeiro mundo (opa EUA é primeiro mundo e é protestante). Nossa viu o Papa renunciou porque não aguentou a crise na luta pelo poder! Entre outras afirmações implícitas em discursos que deveriam ser acadêmicos e não militantes.
Eu até já defendi Marx, apoiava (apoio) o pensamento dele de que as classes se defendem e devem se defender. Pois lutar contra um sistema opressor sozinho é querer ser herói e a humanidade não precisa de herói ela precisa de união e querer ser herói é fazer autopromoção e não luta por direitos.
A resposta que eu cheguei é a seguinte: SOU CRISTÃO e não é porque a igreja me obriga (ah hoje ela já não obriga mais ninguém), sou Cristão porque acredito no meu SALVADOR, Ele quem acalenta minhas aflições. Ele vive no meu coração e não na minha mente, pois se fosse no sistema neural algum infeliz afirmaria que: - Então ele faz parte da sua imaginação e o que é imaginário é abstrato, ou seja, não existe!
Sou Cristão, Sou Católico, independe se a minha religião já tenha errado ou que existam pessoas em funções que para alguns sejam meramente administrativas. Não sou Deus para julgar e nem condenar ninguém, assim como sou humano propício a erros aos ungidos pelo Senhor também são e têm os mesmo direitos que eu. Caso contrario se eu não pensasse assim seria uma pessoa de muitos Deuses (padres, bispos e cardeais) e não de um único Redentor, que se fez, homem e morreu pelos meus pecados e pelos pecados que a  humanidade ainda insiste em cometer o da incredulidade.  

sábado, 2 de março de 2013

Responsabilidades dos conteúdos televisivos - 1 parte


A televisão é um dos meios midiáticos de massa mais analisado desde seu surgimento. Muitas são as pesquisas procurando culpá-la pelas mazelas da sociedade. Pesquisas apontam que ela é a responsável por estimular a violência e por deixar o telespectador inerte em frente a uma tela assimilando pacificamente seu conteúdo. Entretanto, quando se faz esta afirmação são deixados de lado alguns fatores,dentre eles o abordado e defendido por Magalhães (2007), que aponta que não se pode separar a comunicação da educação. Arlindo Machado (2005) comenta que é preciso realizar pesquisas com caráter sociológico e não apenas com caráter mercadológico.
É preciso ver a televisão como um instrumento que contribui para a formação da idiossincrasia.
Entretanto, não se pode apenas acreditar no fato, de que a TV ensina diariamente crianças, adolescentes, jovens e adultos, por isso se faz necessário cobrar dela responsabilidade.
Todavia de quem seria essas responsabilidades? A quem cabe o controle do que é veiculado diariamente?
Esse estudo não busca apontar o responsável e sim levantar a hipótese que os conteúdos televisivos quando referem-se à educação do público infanto-juvenil deve ser partilhada entre os responsáveis pela educação da criança, sendo elas Governo, Produtores (Radialistas), Pais e Educadores. A lista de responsáveis tem como base o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu Art. 4º, que afirma “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar [...] à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade [...].”
Cabe então ao Governo monitorar os conteúdos audiovisuais, aos radialistas o bom senso de saber que estão instruindo milhares de telespectadores diariamente e é preciso diferenciar qualidade de pontos no IBOPE, aos pais e aos educadores cabe o papel de criar cidadãos críticos.
Analisemos a realidade de cada um desses pilares e a posição de cada um na atualidade.

Governo – Portaria 1220/07.

“O homem está condenado a ser livre." Jean-Paul Sarte
O Governo Federal por meio do Ministério da Justiça desde o ano 2000 vinha tentando impor uma portaria que regulamenta a Classificação Indicativa para as manifestações públicas. Essas tentativas aconteceram através das seguintes Portarias N° 796/00 e N° 264/07, estas foram suplantadas pela atual Portaria N° 1220/07. O motivo desta preocupação foi “a baixa qualidade nos programas televisivos”.
Para entender melhor este contexto, é preciso entender um pouco da história do país. Como mencionado no capítulo III, o Brasil passou um longo período sob a chancela dos militares. Com o fim do “Golpe Militar” e com a promulgação da nova Constituição (1988), o povo passou a viver novamente a liberdade de expressão, que passou a ser exagerada nos meios de comunicação.
Mas era preciso criar normas para conter esses excessos cometidos pelos produtores e programadores de televisão. Mas o que seriam as normas para a sociedade em geral? Para Rowlands (2008), as normas surgiram para melhorar a vida em comunidade. Entretanto, elas não são moralmente corretas, uma vez que o indivíduo vive a sua subjetividade, enquanto as normas e as leis são usadas em prol de uma coletividade.
E essa coletividade moralmente dita, já era utilizada por lei antes mesmo do Governo demonstrar preocupação com as Portaria N° 796/00, N° 264/07 e a N° 1220/07. O Estatuto da Criança e do Adolescente usado como base para as portarias está em vigor desde 1990, e nele existe a “Classificação Indicativa - é norma constitucional processual que resulta do equilíbrio entre duas outras regras: o direito de expressão e o dever de proteção absoluta à criança e ao adolescente. (BRASÍLIA, 2006, p.1)” que também serviu de base para o Código de Ética da Radiodifusão Brasileira datada em 1993. Porém, por qual razão as mesmas não eram respeitadas?
Rowlands (2008) argumenta que as obrigações humanas são determinadas pela natureza essencial, ele ainda afirma que: “a noção de obrigação é algo que inventamos para não termos que enfrentar a desagradável verdade: somos radicalmente e irremediavelmente livres para fazermos o que quisermos” (ROWLANDS, 2008, p. 48). Desta forma apoiados na Constituição que dá liberdade de expressar sem qualquer tipo de censura, o país mergulhou no que para alguns parlamentares e ongs é chamado de “baixaria”. Era preciso então regulamentar o que já estava regulamentado.
O grande problema é que para alguns profissionais o Governo não está (estava) classificando as obras audiovisuais e sim retornando com a censura no país. O mesmo reconhece essa árdua missão de “desvincular a ideia de Classificação indicativa de censura” (BRASÍLIA, 2006, p. 8).
Algumas pessoas acreditam que Classificação Indicativa seja uma nova forma de censura, já que na Portaria 1220/07 é possível ler: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura e licença, de acordo com o Art. 5º, inciso IX, e Art. 220, caput e §2º, da Constituição Federal” (BRASÍLIA, 2007). Como o cidadão pode ser livre se ele tem que passar por uma comissão avaliadora para regulamentar qual o horário ele pode se manifestar?
Vale ressaltar que, a portaria só coloca em evidência o que a Constituição em seu Art. 21 inciso XVI, menciona: “Art. 21 - Compete à União: [...] XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão”.
O preocupante é o jogo de responsabilidades criado pela atual portaria no qual o Governo evidencia a responsabilidade dos pais diante ao que seus filhos assimilam na televisão.
Como mencionado a Classificação Indicativa já existia, no entanto, era negligenciada. E para combater a baixa qualidade na televisão, o Ministério da Justiça se manifestou impondo que a responsabilidade é primeiramente dos pais, depois da sociedade e por fim do Estado.
O que o Estado talvez, desconheça, é a realidade social do país que impossibilita que pais ou responsáveis na grande maioria das vezes possam acompanhar o que seus filhos assistem, pois precisam trabalhar. O Estado aponta leis que não se encaixam no atual contexto social.
Com a necessidade dos pais terem que sair para buscar o sustento familiar, as crianças têm como companhia as programações televisivas. E o jogo de responsabilidades começa neste momento. O Governo acha que está fazendo sua parte recriando velhas normas de classificação e espera que os pais cumpram a sua parte em acompanhar os selos de identificações - logotipos padronizados com cores para estabelecer a faixa etária dos programas”. Mas se os pais não estão em casa como eles podem acompanhar os selos?
O ideal talvez fosse que os pais acompanhassem o que os filhos assimilam assistindo aos programas televisivos, mas a realidade social é outra. A televisão é a babá mais barata que a população pode pagar. Ela pode até levar de forma indireta a violência para dentro dos lares, mas não expõe as crianças diretamente aos riscos como: assaltos, balas perdidas, trânsito violento entre outras mazelas sociais.
Ironicamente, o Governo cita ainda uma alternativa para controlar o conteúdo veiculado nas grades televisivas no Art. 18, inciso II, da portaria. Essa solução seria os dispositivos de bloqueios ou contratação de canais por assinatura.
O Governo faz a Classificação Indicativa e os pais ou responsáveis devem acompanhar os selos e suas indicações. Todavia, a portaria além de não levar em conta o contexto social dos pais, (que precisam se deslocar diariamente de casa para trabalhar) também deixa algumas brechas na sua redação. Ela obriga as emissoras a veicular os selos, mas deixam em aberto os conteúdos exibidos nos blocos de intervalos, ou seja, é possível em alguns canais assistir às chamadas de programas impróprias para menores de 10 anos, serem veiculadas nos blocos comerciais de programas infantis ou, por outro, lado, não proíbe que as crianças possam zapear com o controle remoto.
A classificação por faixa etária entra em controvérsias, uma vez que em seu Art. 19, inciso I, faz a seguinte colocação: “a obra audiovisual classificada de acordo com os incisos I e II do artigo 17: exibição em qualquer horário” (BRASÍLIA, 2007).
Art. 17. Com base nos critérios de sexo e violência, as obras audiovisuais destinadas à exibição em programas de televisão são classificadas como:
I – livre;
II – não recomendada para menores de 10 (dez) anos;
III – não recomendada para menores de 12 (doze) anos;
IV – não recomendada para menores de 14 (quatorze) anos;
V – não recomendada para menores de 16 (dezesseis) anos; e
VI – não recomendada para menores de 18 (dezoito) anos.

Os incisos do Art. 17 determinam as classificações livre e não recomendada para menores de 10 anos, se o não é recomendado para menores de 10 anos como pode ser veiculado em qualquer horário?
Outro problema enfrentado pela atual portaria é que de acordo com o artigo 220 da Constituição, é proibido qualquer tipo de censura no país. O que permite programas jornalísticos em qualquer horário da programação. Toda a chamada preocupação com a integridade física e psicológica da criança é colocada de lado, dando espaço aos programas jornalísticos sensacionalistas.
A jornalista Olga Curado (1995) afirma que o sensacionalismo só toma conta das pautas jornalísticas, porque “coisa ruim” infelizmente afeta mais o inconsciente coletivo.
No ano de 2008, com o polêmico caso do assassinato de Isabela Nardoni, era possível acompanhar no horário da tarde, programas como Balanço Geral fazendo sensacionalismo sobre o caso para elevar o ibope. O resultado desta ação foi publicado na Folha de São Paulo, no dia 13 de abril (2008). Muitos pais estavam levando seus filhos a psicólogos, porque as crianças estavam traumatizadas com o sensacionalismo divulgado na mídia. Uma criança chega a dizer a seguinte frase ao pai depois de ser repreendido por ele: "Você não vai me atirar pela janela, né?" (COLLUCI, 2008). O que o Governo pode fazer neste caso, uma vez que ele é proibido de censurar? Como lidar com o fato que as crianças acreditam que o telejornal é um canal aberto para informação?
As autoras MIGLIORA, SANTOS, e NÉRI (2008), ao analisar o que as crianças acham dos telejornais, chegaram à seguinte conclusão: “a percepção que elas têm do mundo, através do que é veiculado pelos telejornais, é quase sempre de um lugar onde é impossível se viver” (MIGLIORA, SANTOS, NÉRI, 2008, p. 162).
Para evitar o contato com esse tipo de programação, o Governo indica então, algumas atitudes já mencionadas: os pais devem acompanhar o que os filhos assistem ou a contratação de canais por assinatura.
Marcondes Filho (1988) acredita que esse pensamento do Estado a respeito dos canais por assinatura apenas irá aumentar a desigualdade social. Acredita o autor que desta forma só as classes mais pobres, com menos acesso a bens de consumo assimilarão as grades das redes nacionais, sendo assim seria o fim a democratização cultural, supostamente imposta pela Constituição.
A solução ainda é manter uma preocupação com os conteúdos veiculados, não de forma a censurá-los, mas de responsabilizar quem produz, assim como se cobra responsabilidades dos pais.
Essa é uma tarefa árdua que não cabe a um julgador ou a um único responsável. É preciso colocar em prática as portarias, os decretos e as leis. Em um esforço conjunto, para o bem-estar da população em geral, independente de idade, já que a criança para muitos é um ser fragilizado é um ser que também constrói história e valores pessoais.
No entanto, o Governo construiu um verdadeiro jogo de responsabilidades. Ele coloca que cabe aos pais e responsáveis orientar o que seus filhos assistem, e ainda coloca que os mesmos também têm o direito (dever) de denunciar programas que não estejam respeitando as Classificações Indicativas. Porém, há uma contradição com os materiais de divulgação da portaria. Na cartilha “Classificação Indicativa – Informação e liberdade de escolha” (2009) é possível ler o seguinte: “Estudos indicam que as crianças tendem a imitar o que assistem em filmes, desenhos, novelas e não distinguem ficção e realidade” (BRASÍLIA, 2009). Inexplicavelmente no “Manual da nova classificação indicativa - No material disponível no em www.mj.gov.br/classificacao, é possível encontrar a seguinte falha: o manual é datado de 2006, período que a portaria 1220/07 nem havia entrado em vigor”, aponta que uma das diretrizes a serem seguidas é a das pesquisas e investigação científica para compreender melhor os efeitos que as obras audiovisuais têm sobre as crianças e jovens brasileiros, uma vez que “vivemos em um significativo vácuo nesta seara” (BRASÍLIA, 2006, p.31).
A televisão há muito tempo tem sido uma inesgotável fonte de pesquisa para os diversos campos de investigação científica, entre eles o da pedagogia e da psicologia, talvez seja por este motivo que as formas de classificação se preocupem tanto com as influências que o meio pode causar em quem o acompanha. Mas será que pais e responsáveis têm a mesma preocupação que estes estudiosos? Será que sabem como é feito a análise das indicações?
Compreendendo a análise indicativa
Para que uma obra audiovisual possa ser veiculada, ela primeiro precisa ser protocolada em forma de um requerimento no Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação, da Secretária Nacional de Justiça (DEJUS/SNJ). O mesmo irá avaliar e aprovar ou não a autoclassificação pretendida pelo titular da obra.
Nas análises são levados em consideração se os produtos buscam contextualizar a realidade e de que forma eles fazem. O que eleva ou diminui a classificação de uma obra é uma somatória de fatores. Por exemplo, em uma análise onde um desenho pode ser penalizado por fazer uso de violência, entretanto se o mesmo demonstrar que o uso de violência é inadequado e gera reações como punições, ele será considerado adequado.
Entre os temas analisados estão: o sexo, as drogas e a violência, elementos que sempre estiveram relacionados à classificação dos conteúdos de obras visuais e também as abordagens dadas pelos produtores para contextualizar os temas de forma positiva.
Os produtos não precisam evitar de mostrar a violência, mas não devem fazer da mesma sua ideologia principal. O Estado entende que a violência faz parte da realidade social e que a criança reconhece dois tipos distintos de violência: a real (a mostrada nos telejornais e nos programas policiais) e a imaginária (mostrada em alguns desenhos animados como os de super-heróis).
O uso de violência é considerado inadequado em algumas situações como: como fator humorístico, crianças agredindo crianças, violência familiar, e a violência fora de contexto. É considerada adequada quando demonstrar que: o agressor poderá ser punido, não é a única forma de resolução de conflitos, contextualizada. Ainda são levados em considerações os enquadramentos e ângulos das cenas.
Sobre a abordagem das drogas, as análises buscam valorizar as obras que levam principalmente ao público infanto-juvenil suas conseqüências. O Estado acredita que as drogas fazem parte da realidade social e que as crianças e adolescentes devem ser expostos a estes temas, porém acredita que a forma de abordagem seja o grande desafio. Os padrões de exigências para que sejam considerados: adequados ou inadequados são os mesmos usados com o tema violência.
O Governo reconhece que nos últimos anos, as mídias ajudaram a trabalhar com o tema “sexualidade”, uma vez que existe uma ausência de diálogos nas famílias e nas salas de aula sobre as condutas sexuais. Entretanto, é nítida a preocupação uma vez que: “o consumo precoce de conteúdos midiáticos sexual com a igualmente prematura iniciação sexual” (BRASÍLIA, 2006, p.23) tenha gerado um aumento na taxa de gravidez na adolescência. O mesmo reconhece que o sexo faz parte do contexto social do adolescente e apoia o assunto nos meios desde que: a forma de abordagem do tema seja de fácil compreensão, que sejam evitadas cenas de nudez, de incestos, de identificação de estupro como comportamento decorrente da paixão, uso da imagem feminina de forma a tratá-la como um objeto. São valorizadas obras que fazem o uso do tema como campanhas pró-social contra doenças sexualmente transmissíveis, gravidez e educação sexual.
Entre os outros fatores de análises estão: se a obra trata ou não de situações constrangedoras, indo contra os direitos humanos, como humilhação pública de determinados públicos (mulheres, negros, gays etc.); a linguagem utilizada nas obras a serem veiculadas também é analisada e pode elevar ou diminuir a classificação indicativa, por fim os temas diversos que podem elevar o grau de educação cultural e harmonizar o indivíduo no contexto social no qual está inserido. Exemplos de adequações: cooperativismo, solidariedade, comportamentos responsáveis, de honestidade, conteúdos culturais e de estímulos à diversidade e à paz. Exemplos de inadequações: comportamentos repreensíveis/não desejáveis, que indiquem o consumo como forma de valorização social e que valorizem a beleza física ou o corpo como condição de aceitação em grupos ou no meio social.
Para alguns, esses critérios possam ser considerados como indicações com propósito de assegurar a integridade física e mental das crianças em desenvolvimento social para outros como censura. Leal Filho (2006) se mostra favorável à censura e argumenta que sem a censura, os concessionários de televisão e de rádios fazem o que acharem melhor para obter lucro. Desta forma tudo vira espetáculo.

Projeto “Quem financia baixaria é contra cidadania”

Alguns deputados preocupado com os exageros e os simulacros criados pela televisão no ano de 2002, surge a Campanha “Quem financia a baixaria é contra a cidadania”. A campanha já distribuiu mais de 50 mil cartilhas informando suas preocupações com os conteúdos transmitidos pela televisão. Sobre a responsabilidade da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, a campanha vê como sua principal arma a divulgação de um ranking que mostra o nome dos programas que teoricamente denigrem a integridade e a dignidade da população. Este ranking indiretamente é ligado aos anunciantes da atração, ou seja, é possível encontrar no site http://www.eticanatv.org.br, uma lista com os programas que mais tiveram reclamações. Nesta lista encontra-se uma análise sobre a atração e o nome de seus anunciantes. Porém, apenas para relatar o ranking deste ano (2010) não trouxe o nome dos anunciantes das atrações apontadas na lista.
Mas por qual razão a lista dos piores programas está vinculada a seus anunciantes?
Esta pergunta tem uma resposta óbvia: sem patrocínio as obras consideradas apelativas não permanecem no ar, e se permanecem é porque as empresas que investem nelas não têm respeito pela cidadania. Mas se um dono de empresa quer ver sua marca divulgada, logicamente vai associá-la a uma atração que tenha audiência, em outras palavras pontos no IBOPE - Dora Câmara diretora do comercial do IBOPE, os cálculos errôneos utilizado pelas mídias apontam que cada ponto no IBOPE equivale a 80 mil domicílios ligados, mas esses cálculos podem variar de 43 mil a 246 mil pessoas. Levando em conta que existe uma variação de quantas pessoas habitam o lar. (SILVA JÚNIOR, 2001, p.113). Uma vez que estes pontos são ligados a dados quantitativos e não qualitativos, ou seja, o anunciante quer colocar seu produto em evidência. Estas pesquisas são sinais de segurança para as agências de publicidade e para os anunciantes, que buscam seu público-alvo.
Para o ex-diretor Walter Avancini, a baixaria sempre existiu na televisão, através de seus programas popularescos, entretanto tomou proporções sem limites com a facilidade da grande massa em adquirir o televisor. Em sua entrevista a Gonçalo Silva Júnior (2001), Avancini ainda afirma que: não se pode cobrar muito dos meios de comunicação, já que o país tem um sistema escolar ruim. Onde não se vive classes sociais e sim categorias econômicas.
Talvez seja baseada nesta “categoria” que a portaria 1220/07, defende que a televisão a cabo é uma alternativa para os pais que não têm tempo de controlar os conteúdos que seus filhos assimilam.
Marcondes Filho (1988) acredita que com o tempo, a televisão a cabo vai dissolver os telespectadores em dois contingentes: os pobres, que assimilaram apenas os programas de massa (quantitativos) e os de classes sociais mais elevadas que procuraram programas mais qualitativos. Essa alternativa pode liquidar com a baixaria, mas acaba criando outro problema o preconceito socioeconômico. Quais seriam as chances das classes sociais de baixa renda se defender de programas popularescos?
A campanha assim como a portaria carrega algumas falhas, baseadas na falta de conscientização das classes sociais, ou seja, usa como base para suas denúncias um site, sem levar em consideração a grande parte da população que não tem acesso à rede mundial de computadores.
E para piorar a situação, ela divulga números que podem ser considerados insignificantes diante dos números apontados pelo IBOPE. Apenas para exemplificar, o ranking referente ao ano de 2010, teve uma média de 967 denúncias sendo que apenas 391 foram fundamentadas. Ocupou o topo do ranking a atração BBB10, com 227 das denúncias fundamentadas.
A pergunta é: como qualificar uma atração que teve média de 31 pontos de IBOPE, como uma atração ruim, tendo como base apenas 227 reclamações?













Observação o referencial teórico é o usado no Trabalho de Conclusão de Curso com o tema: A FORMAÇÃO DA CRIANÇA E A INFLUÊNCIA DOS CONTEÚDOS TELEVISIVOS: DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?, apresentado por mim no ano de 2010 na FATEA. Este texto será divido em 4 partes é um dos capítulos desta monografia.



REFERENCIAL
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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Amor: a morfina dos tolos viciados



Eis então que no desespero da razão, lá se encontra ele ensangüentado, em meio à dores terríveis com o coração dilacerado implorando para haver luz no fim daquela  mina de carvão na qual teria abandonado muito mais que a esperança, perdera seu diamante bruto. Quando, então, surge um grande clarão que corta o céu anunciando que seu pedido havia tornado real. Mas o que era abstrato e, ao mesmo tempo, tinha forma de dor gritava em sua alma que foi abandonada feito uma insígnia adquirida e agora nãio tinha importância alguma.
Não quero me comparar com nenhum grande filosofo, entretanto muitos deles usavam desta mesma retórica para expressar suas frustrações amorosas. Aprendi esses dias com o livro “Os Grandes Filósofos que Fracassaram no Amor", de autoria de  Andrew Shaffer, que grandes nomes, ou melhor, “pensadores” eram no mínimo pervertidos e no máximo grande eremitas no campo do coração.
Alguns mesmo participando de uma relação estável (também conhecida como casamento) mantinham certo desprezo pela vida conjugal, dando preferência para a vida extraconjugal.
No entanto o foco deste texto é demonstrar que mesmo os que odiavam amar, seja por desprezo, falta de caráter ou até mesmo por opção, sofreram por amor e tiveram vidas marcadas pela dor de permanecer no vazio.
      Platão um dos grandes filósofos chega a afirmar que “o amor é uma doença mental, séria”. Ele não mentiu. Muitos enamorados deixam de se amar em nome de ilusões devastadoras, se alimentando de sentimentos mesquinhos como a irá e o ciúme. Existe coisa pior que sentir ciúmes de algo que não te pertence? E viva o amor platônico, pois que o real muitas vezes é mais falso que os grandes oásis.
Talvez olhando por está vertente Aristóteles tenha expressado que: “o amor demonstra sua grande força, fazendo com que o tolo se torne sábio e o sábio se torne um tolo”. Você já parou para pensar como agem os grandes enamorados? Muitas vezes deixam de lado a razão, agindo como loucos sem refletir nas conseqüências de seus atos e castram a liberdade de quem dizem amar.
Muitas vezes criamos grandes barreiras entre o que podemos e o que não devemos viver e o amor é trancafiado em uma “caixa chamada liberdade”. Somos livres para tentar, entretanto como diria o grande poeta Renato Russo “A paixão já passou em minha vida. Foi até bom, mas ao final deu tudo errado e agora carrego em mim uma dor triste, um coração cicatrizado. E olha que tentei o meu caminho, as tudo agora é coisa do passado”. O sofrimento cria barreiras intransponíveis pela coragem e “tentar” novamente é um risco que não se pensa em correr.
René Descartes comprova isso ao afirmar que “é fácil odiar o difícil é amar”. Sim, o ódio faz o sangue ferver, obriga você a acalmá-lo com vinganças minuciosamente calculadas te dando ar de satisfação, enquanto o amor cobra de você mais do que muitas vezes está preparado para dar e, inclusive depois de te sugar o último suspiro, ainda vai te mostra que o prazer estava apenas no ato de conquistar. E mesmo depois de encontrar o desespero você ainda será violado com a doce ilusão das palavras carregadas de retórica e de veneno. Pensando nisso John Locke afirma: “diga a um homem apaixonado que ele está sendo enganado: traga um grupo de testemunhas que contem sobre as falsidades de sua amante: aposto dez a um que três palavras doces dela invalida todos os testemunhos”.
O amor é um alimento invisível que, para alguns constrói pontes para o paraíso e, para outros, é como um entorpecente que consome a alma e faz entrar em decomposição o corpo perfeito, venerado e procurado pelos grandes predadores também conhecidos por conquistadores. Como diria Jean Jacques Rousseau: “o que é o amor verdadeiro sem si, a não ser uma ilusão? Se víssemos quem amamos exatamente como é, não haveria mais amor na Terra”.
E viva o ouro dos tolos, o alimentos dos fortes, pois a mim só cabe buscar o conhecimento, uma vez que a razão não se embriaga no deserto árido que clama por atenção. Deserto este também conhecido pela ciência como coração.