sábado, 31 de outubro de 2009

Agora Não



Algumas pessoas tem o "dom" de mostrar por meio da música emoções que lidamos em esconder.

Nunca deixe pra falar amanhã o que pode ser dito hoje.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Teoria: Quem ensinou o índio a tomar banho

Nada melhor que ter amigos que são verdadeiros crânios, seus almoços acabam virando momentos inesquecíveis.

Hoje mesmo fui contemplado por uma teoria fabulosa sobre a importância da água. Entre os fatos mencionados surgiu um grande dilema. Se os portugueses aprenderam a tomar banho com os índios, com quem os índios aprenderam a tomar banho?

Darwin jamais seria capaz de criar uma teoria tão perfeita como a que eu escutei:

Como o Brasil é um país tropical a necessidade de tomar banho para não cheirar mal era muito grande, e o perfume francês ainda não tinha chego ao continente. E o índio também não tinha euro para comprar perfume e como o mesmo ainda não havia chegado, eles tiveram que se adaptar ao meio ambiente. Abandonavam as selvas duas vezes ao ano, para irem até o litoral dando origem a uma tradição de sobrevivência usada pelas tartarugas marinhas, ou seja, as índias tiravam suas placentas e as enterrava na areia e quando o pequeno aborígene nascia rastejava até ao Atlântico para se limpar e sumia na imensidão do oceano. Mas assim como os pingüins imperadores inexplicavelmente retornam a Antártica para perpetuar a espécie, os pequenos aborígines retornavam ao continente para serem catequetizado por Anchieta.

E hoje muitos deles ainda vivem nas matas, pois aprenderam que fazer exercícios físicos os fazem transpirar. E de acordo com alguns livros didáticos pessoas suadas não conseguem emprego e ainda são rotuladas de Zé Povinho.

Darwin jamais seria capaz de formular uma teoria dessas, acredito que essa minha amiga deveria fazer faculdade de antropologia e não administração. Imaginem, ela derrubando as teorias de Claude Lévi-Strauss!!!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Quanto vale não ser só?

Muito se fala sobre a modernidade, ou sobre a pós-modernidade. O engraçado é que nem conseguimos lidar com uma nomenclatura e já apareceu outra.

Mas quais os principais dilemas a serem enfrentados pelo homem pós-moderno? Umas das características que envolvem o dia-a-dia desta geração é a altossatisfação, mas essa já foi discutida por filósofos lá atrás em Atenas e repensada pelos filósofos existencialista. Vivemos o velho novo momento, e para dar vida as sensações passamos a comercializar os sentimento. Você sabe qual o preço de uma boa companhia? Quanto vale neste mercado o amor? Quanto custa ser feliz?

Este mais do que nunca é o momento das palavras vazias de sentimentos, mas cheias de retóricas. Palavras pensadas são ditas, não, mais para conquistar um sentimento e sim para dominar um momento. O ''eu te amo'' virou chave para as portas que levam ao prazer da momentaneidade (que para muitos é igual a felicidade).

O medo da solidão abre espaços para os meios de comunicação ocuparem lugares antes preenchidos por amigos, colegas, companheiros, esposas, maridos, família e por Deus. E quando estes perdem espaço para pessoas de carne e osso, estas são usadas como objetos sem valores.

A pós-modernidade ou melhor dizendo homem considerado pós-moderno, não enxerga mais o próximo como um ser que necessita de respeito e amor. Pessoas são tratadas como brinquedos, e basta conquistar um novo para jogar o velho de lado. Esse comportamento afasta cada dia mais as pessoas do transcendente, ou seja, se nem meu próximo eu que consigo enxergar ''eu amo'', como vou amar o que está além da compreensão dos homens.

Acredito que seria melhor ser um homem solitário do que utilizar as pessoas de forma futil para suprimir minhas necessidades.



A-mor líquido, tão honestamente flexível
Amor líquido dissolve o espírito e acaba antes do princípio
A-mor líquido, muito mais do que é preciso
Amor líquido é um ofício difícil de ser desaprendido
Banda Binária - Amor Líquido.

A Pedra

Essa escuridão que me consome será que um dia se vai
Olho para os cantos dessa sala imensa e vazia
Olho para o céu todas as estrelas juntas e eu só
Faz frio quando o sol queima a pele
Quando Olho para Multidão não me acho
Perdi-me em algum ponto do passado
Acho que foi quando tropecei naquela pedra
Não pode ser eu até a levei pra casa
Tratei-a com carinho e amor
Na escuridão devo ter pego a pedra errada
Alias pedra é sempre pedra
Ou serve para construir ou para destruir
A minha ainda não descobri o que faz
Dói essa luz cinza
Essa escuridão me consome e não sei pra onde ir
Quando vejo o espelho descubro que a imagem não sou eu
Deve ser por que usei a pedra pra subir
E esqueci qual o lado certo da descida
O frio esta congelando a minha alma
Pois os ossos já foram moídos
Com o tombo que ainda nem levei da pedra

(autor: Kleber Cardozo)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009



Fazia tudo que eles quisessem
Acreditava em tudo que eles me dissessem
Me pediram pra ter paciência
Falhei, então gritaram:"Cresça e apareça!"
Cresci e apareci e não vi nada
Aprendi o que era certo com a pessoa errada
Assistia o jornal da TV
(Renato Russo - O Reggae)


Tenho meu destino pronto, não me deixam escolher... Mas que destino é esse? Muitas vezes acreditamos que impulsos podem ser desejos. Hoje tive desejo de reviver momentos profissionais que com certeza eram apenas impulsos. Aprendi que águas passadas não movem moinhos e que não podemos nos acomodar.

Filosoficamente dizendo um bom epicurista descobre um dia que precisa ter asas e voar e deixando a pequinês das comodidade para trás, pois um homem torna-se imortal quando deixa seu nome na história, e viver em um local que apaga as chamas da sabedoria é se tornar um morto vivo.

A todo o momento somos podados, seja com o sacarmos das pessoas do lado, seja pelos amigos agenda de favores ou pelo Governo.

E viva Renato Russo que já dizia: Quando nascemos fomos programados para receber, o que vocês nos empurraram com os enlatados dos USA, de 9 às 6.

sábado, 24 de outubro de 2009

O Vento

Sou como o vento inconstante sem morada
Veloz, passageiro e sem parada.
Ás vezes venho de formas diferentes
Seja como a brisa da noite que embala sonhos
Ou como a brisa do mar que toca com suavidade
Às vezes como tornados que passam e deixam marcas
Ou até mesmo como furacões que causam grandes estragos
É eu sou como o vento sem explicações
Sou predestinado a ser o tudo e o nada
E as chuvas são como minhas lágrimas
Quando sorrio te trago a garoa que encanta
Quando choro transbordo rios e inundo lares
O que faço é inconsciente
Porém meus atos sempre machucam
E minhas palavras nunca cicatrizam

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Chic Chic Pablo Key



Vídeo produzido por alunos do curso de RTV da FATEA, para o primeiro COMUNICAÇÃO EM DESTAQUE

O julgamento


O amanhecer daquele dia chegara mais cedo do que dos outros cinquenta anos em que vivi sob aquela luz cinza irradiada pelo sol. As nuvens brancas não tinham mais o mesmo formato hostil de outros dias. Notei que a viagem deveria ser definitiva. Finalmente, eu poderia desfrutar do pouco tempo que ainda me restava. Foi quando fechei os olhos e uma lágrima incomum correu dos meus olhos. Seria de remorso ou felicidade? Será que Thanatos ouviu minhas preces?

Em um piscar de olhos me veio toda aquela jornada que haveria de cumprir naquele momento. Minha consciência martelava pela melhor forma de vingança: recusar-me a pagar a viagem ou contribuir e deixá-lo ir a julgamento o mais rápido possível.
Naquele momento lembrei-me de toda uma tradição que descrevia um rio, no qual as águas eram completamente negras e densas, coberto por uma névoa avermelhada, em que corpos de pessoas desesperadas boiavam. Às margens desse mesmo rio sempre havia muitas pessoas à espera de um barqueiro ganancioso e que demorava a chegar. Não me custaria muito ajudar pagando a passagem só de ida, mesmo porque há pouco ele acabara de deixar para trás toda sua esperança. Seria melhor contribuir com as moedas de prata e deixá-lo se perder naquele gigantesco lugar sem perspectiva de crescimento, para que pagasse por todos os anos em que vivi sob as rédeas duras desta sociedade machista e humilhante.

Mais uma lágrima caíra de meus olhos e naquele exato momento tive a certeza de que ele adentrara a primeira prisão e seu julgamento demoraria a findar-se uma vez que várias poderiam ser as prisões, vales ou fossos que caberiam a ele. Minha torcida era por uma pena que durasse uma eternidade; a companhia rápida de Cérbero, depois de uma longa caminhada sob aquela chuva, que desgastava a pele deixando um cheiro de cadáver em decomposição no ar, seria pouco; sua viagem deveria ser muito mais cansativa, para que seu sangue se renovasse dia após dia, para abastecer a gigantesca cachoeira vermelha existente naquele lugar. Sua viagem infinita deveria ser mais longa, o juiz deveria encaminhá-lo talvez para o primeiro vale, onde ele se banharia em um lago criado por todas as lágrimas de sangue que derramei por sua causa, ou melhor, o juiz seria mais justo se lhe apresentasse o nono fosso onde as pessoas são retalhadas e seus sangues cobrem as paredes negras tingidas por uma camada de sangue seco.

Ao abrir os olhos tive a certeza de que não sonhava, o rabecão realmente estava ali e seus restos mortais eram tratados como ele merecia: um monte de nada que vai para lugar algum, pagar por coisa nenhuma em um lugar onde a lei dos mais fortes, que ele sempre insistira em colocar em prática, será vivida de forma aterrorizante na eternidade do esquecimento. Era a certeza de que ele chegara primeiro que eu ao mundo dos mortos.