quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Compreender: ato de quem não julga

Acabei de assistir o desenho ParaNormaN, muito bom  e simples. Tem um grande caráter ideológico.
A trama narra o drama de um garotinho que enxergar e fala com as almas. Ele vive em uma cidade amaldiçoada por uma bruxa que foi executada depois de um julgamento “humano” que chegou ao veredicto que ela seria perigosa.
Como a maioria dos filmes que tratam as perseguições, tem alguns personagens clichês, como o fortão sem cérebro, o valentão gordo, a irmã patricinha que se vê obrigada a tomar conta do irmão caçula, o amigo gordinho que também é perseguido, um tio maluco e os pais que nunca acreditam no que o filho diz.
Sei que hoje em dia fazer um roteiro único sem clichês é complicado, entretanto o filme mesmo com um ritmo lento surpreende.
Na moral da história notamos que os monstros (zumbis) não são os vilões, foram condenados a serem perseguidos e julgados da mesma forma que eles agiram com a suposta bruxa.
O filme mostra que nunca é tarde para reconhecer os erros, lógico que não precisamos morrer para reconhecer o quanto somos falhos.
Os zumbis (as sete pessoas que julgaram a bruxa) são perseguidos e não conseguem o descanso eterno, porque simplesmente mataram uma criança que dizia falar com os mortos. Com medo de lidar com essa esse dom eles preferem dar fim a vida da criança.
Agora moralmente dizendo, já imaginou se fossemos jogar na fogueira todo mundo que tem algo diferente dos padrões criados pela sociedade. Já parou para pensar que Deus não deve ter feito ninguém diferente para ser julgado e sim compreendido. Não cabe a mim, a você ou ao homem julgar o próximo, isso esta em uma mensagem subliminar ,ou seja, sete pessoas o numeral é considerado o número da perfeição e perfeito é o Criado e somente Ele pode nos julgar.
Compreensão é o que o garotinho perseguido buscava e esse era o seu maior dom por isso conseguia falar com os Zumbis. Ele conseguia escutar o que ninguém quer ouvir e graças a isso descobre que os zumbis eram amaldiçoados pela garotinha que no momento de sua morte jurou vingança e não eram os vilões da história, não que indiretamente eles não sejam, pois foram os responsáveis por tirar a vida da menininha.
Quantos zumbis vivos você não cria diariamente? Sim estamos fadados a momentos de ira que terminam em perseguições pessoais infindáveis, por mero capricho de nossos egos machucados.
              Está na hora de aprender a respeitar e abraçar o que nos assusta. É preciso compreender a razão do medo que nos afasta, para não nos tornamos juízes e muito menos Deus para decidir o que é certo e o que é errado! É preciso abrir o coração para sentir e os ouvidos para escutar de forma a sempre compreender os motivos daqueles que nos julgam evitando assim que também os julguemos

sábado, 24 de novembro de 2012

Perdoar é o maior exercício de vida do homem




Como seria se Judas não tivesse traído  Cristo? Será que o Mestre seria lembrado apenas como um Mensageiro que vagava pela Terra pregando e curando através da fé da própria pessoa?
Judas por meio da traição tornou Cristo o Salvador, fortaleceu o Mensageiro e o tornou Imortal, entretanto não foi capaz de se perdoar e se tirou a própria vida
Muitas vezes nos destruímos, pois somos tomados pela ira e agimos por vingança contra aqueles que nos ofendeu. Acreditamos estar mais forte por dar troco, por fazer o próximo sentir na pele à mesma dor que nos fez passar.
Será que estamos sendo fortes ou apenas fracos por buscar o caminho mais fácil? Acredito que estamos sendo fracos, uma vez que optamos pelo caminho mais curto o da ira, pois existe um muito mais dolorido e difícil de ultrapassar o do “perdão”.
Cristo ensina que devemos perdoar a quem nos tem ofendido e mostra na cruz que não dava contra testemunho do que pregava, “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.Lucas 23:34”. Entretanto é tão mais simples juntar forças para ver o outro sofrendo.Você quer ser lembrado pelos seus atos bons, ou apenas desprezado pelas suas atitudes?
A vida é assim cheia de provas, agora a forma que você vai lidar com elas que vai te fortalece. Não descarto esse questionamento feito em SmallVille oitava temporada sobre a necessidade de Judas trair Cristo para que ele se fizesse forte. Somos tão hipócritas em condenar o até então apostolo traidor, uma vez que o mesmo foi “perdoado” por Cristo.
O caminho longo que deve ser trilhado para perdoar de coração ao nosso próximo é o que vai transformar nosso ser, vai mexer com nossa idiossincrasia, vai nos fazer rever alguns conceitos.
Então quando alguém lhe atirar pedras, te condenar, te chamar de podre, te comparar a pessoas que levam a vida de maneira fácil, pare respire e lembre-se quando questionado quantas vezes devemos perdoar Cristo respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Mateus 18:22
Doe seu amor, a que tem dá ódio, pois não existe dor maior no mundo do que a da própria consciência, ou seja, vai doer muito mais na pessoa que te prejudica saber que você faz o bem para ela.
Eu sou forte, não digo isso com prepotência, digo com humildade, pois antes de julga eu me coloco em julgamento no lugar da pessoa, e mesmo que minha mente louca cheia de pressuposições e me aponte que o falso moralismo se faz presente eu não devo atirar pedras pois meu escudo esta na verdade que pode ser interpretada como infinita para mim, mas como mentiras mal construídas pelos que me cercam.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Gritos calados pela alma


O sorriso muitas vezes esconde as lagrimas da alma
É no mais escuro da intimidade que nos escondemos
É nas profundezas do cinza que descobrimos as dores
Sentimos nossos medos mais escondidos
Gritamos no vácuo e não escutamos eco
Respiramos o veneno chamado rancor
Alimentamos do desespero causado pelo desprezo
O sorriso muitas vezes esconde as lagrimas do coração
Que desesperado clama por socorro
Fala sozinho na multidão
Recebe sinais fora de freqüência
Transmite a falsa alegria de viver
Palpita quando relembra sonhos desfeitos
Acelera quando cruza com olhares
Quebra-se feito cristal com suas palavras duras
Desmorona como castelo de cartas toda vezes que você parte
O sorriso muitas vezes esconde portais interdimensionais 
Que nos levas a a mundos que não queremos conhecer. 

domingo, 21 de outubro de 2012

Recomeço: a luta pelo que se perdeu


Já corri muitas vezes por medo de caminha
Já corrompi um mundo por receio de se fisgado pelas garras da sedução
Quantas leitos busquei pelo simples ato de sentir
Palavras doces expressei pelo adorável prazer de possuir
Entre todos os grandes inimigos que conquistei os meus olhos foram os que mas venceram as batalhas insinuantes
Travei guerras entre razão e coração
Venci batalhas sem prêmios criadas entre o prazer e moralidade, mesmo sem saber de que lado eu estava
Trilhei caminhos por entre chamas queimando mais do que sendo queimado
Escalei picos sem segurança logicas
Pulei de cabeça em cachoeiras de lagrimas
Naveguei em mares de suor
Momentos em vão vividos pela satisfação momentânea
Muitas vezes a língua expressada foi a corporal
Desejos trancafiados com um beijo verdadeiro de um abril que selou um passado sem luz
Hoje já não corro, não seduzo, não sinto por sentir, não me expresso em persuasão
Meus olhos podem até me trair, mas o motor que pulsa em minha emoção mesmo sem razão ainda domina
E o tempo luta para aderir os cacos do pote atirado aos céus quando me deparei com o sentimento verdadeiro de seus lábios quentes.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Entre Olhares


A vida, às vezes, nos passa em um piscar de olhos. Hoje eu tive essa certeza ao encontrar com uma pessoa, que por anos foi a fonte de minha inspiração e a raiz da minha dor. Em um simples piscar de olhos eu retornei à minha infância perdida. Foi como se um túnel do tempo me reportasse ao ano de 1978.
Contra qualquer vontade minha, eu havia vestido uma fantasia de tirolês para ir a um baile de carnaval com minha mãe que estava vestida de Cleópatra.
Quando chegamos, o salão estava lotado. Era nítida a felicidade das pessoas que curtiam as marchinhas. Ao fundo do salão, decorado com muito glamour, dava para notar um grande palco com uma banda que tocava as marchinhas, mas o que chamava mesmo a atenção era a piscina gigante, cercada por uma grade e vigiada por vários homens vestido de camisa vermelha com uma cruz branca no peito.
Todos demonstravam uma alegria que não se via em outros dias. Eu me perguntava por que nos outros dias tudo não era tão colorido como naquele salão? Por que as pessoas não andavam todas sorrindo como naquele momento? Foi então que minha mãe deu um jeito de me tirar de perto.
- Meu filho veja como todos se divertem, vai brincar que a mãe tem alguns assuntos para tratar com as amigas delas.
Foi então que, com toda a delicadeza, dona Paula Regina me empurrou para a fila de crianças que pulavam ao som de “Corta o cabelo dele”.
- Ricardinho, meu filho, vai brincar que o assunto aqui não é para criança. Onde já se viu uma criança de quatro anos que não pula carnaval, não dança e muito menos entra na corda com o povo.
Somente depois de muitos anos eu descobri o que minha mãe quis dizer com entrar na corda com o povo.
Indo contra qualquer vontade de minha mãe eu permanecia sentando no chão, juntando confete e serpentina em montinhos separados e em um instante quase que mágico eu avistei uma odalisca que fazia o mesmo que eu naquele momento. O olhar triste daquela menina contagiava muito mais que as marchinhas do salão.
Algo muito estranho parecia acontecer. Aquela menina de olhos azuis que se destacavam em sua pele branca como a neve, estava triste como eu. Perdida e desolada naquele gigantesco salão. A menina estava atônita e de alguma forma me faria esquecer que mais uma vez eu havia vestido aquela horrível roupa de tirolês. Por sorte minha mãe foi apresentada à mãe daquela garotinha.
- Oi Paula, faz tempo que não te vejo, mas parece que você ainda não se desfez dessa fantasia de Cleópatra.
- Dona Vera, como sempre com um ótimo humor. Aliás, sua fantasia de Baco, é isso mesmo? Está perfeita!
- Vingativa como sempre Paula! Eu estou vestida de Athena, deusa da sabedoria, e por falar em sabedoria como vai o pequeno Ricardo?
- Como sempre de mau humor, acredita que não queria vir novamente, este ano ao baile!
- Ah! Ricardinho dá um abraço aqui na titia Vera.
- Oi tia, cadê o tio Álvaro?
-  Olha o tio teve que ir ao Ministério da Justiça hoje e não pode vir, mas a tia tem certeza que você vai adorar brincar com a Andréia.
- Nossa! que menina linda Vera, quem é ela? Perguntou minha mãe.
- Andréia é filha de Renata, uma das empregas do condomínio onde eu moro.
Naquele dia deixamos a tristeza de lado e pulamos no meio do salão, dançamos e, aonde íamos, estávamos sempre de mãos dadas. Parecia que nos conhecíamos há anos e que éramos super íntimos, mas não trocamos muitas palavras.
Depois de quatro anos consecutivos vivenciando as mesmas cenas, dançando, pulando, sorrindo e falando muito pouco, esse parecia ser diferente
O salão de Baile estava com as mesmas decorações dos anos anteriores, mas com algumas mudanças. Entre os vários balões coloridos agora existiam máscaras, a maioria delas com feições de tristezas e algumas com faixas pintas de verde e amarelo.
 Eu já estava ansioso, parado em uma pilastra, olhando aflito para a porta de entrada. Fazia como um pirata com uma luneta postada sobre os olhos à busca de um lugar seco que pudesse me repousar. Passara o ano todo pensando como faria aquela pergunta a ela! Foi neste exato momento que a avistei, a mais bela chinesa que eu já havia visto em São Paulo. Aproximei-me.
- Pensei que você não viria este ano!
- Desculpa, minha mãe teve que fazer faxina até tarde hoje, quase que não venho.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Sim, pode!
- Por que não te vejo em lugar algum, somente aqui nos bailes de carnaval?
- É que eu moro no interior com minha avó e só venho para cá nesta época.
Ter a companhia de Andréia era algo que não conseguia explicar. Era como se eu conhecesse um mundo de faz de conta onde meus pais e seus amigos não existiam, e eu não tinha que ouvir coisas terríveis que eles planejavam fazer para mudar o país como diziam. Mas aqueles momentos duravam pouco instantes diante de uma imensidão de horas que separavam aquele dia de outro ano. 
No ano seguinte eu havia mudado um pouco meu comportamento, passara o ano todo na companhia de alguns filhos de militares que moravam no meu prédio, e isso influenciou um pouco a minha vida. Até minha fantasia era de soldado. Passei quase o baile todo junto com meus amigos atormentando as crianças menores, tentando colocar confetes em suas bocas. Isso viria a mudar quando avistei Andréia triste, tentando passar despercebida, escondendo-se nas golas de sua fantasia de imperadora, na expectativa de que eu e meus amigos não a víssemos, enquanto sua mãe a incentiva a ir brincar.
Foi então que eu a surpreendi, pegando-a pelo braço, ela olhou nos meus olhos, eu escutava de fundo a canção “Bandeira Branca”. Ela me abraçou e me deu um beijo no rosto e sussurrou no meu ouvido:
Até o carnaval do ano que vem. E logo depois saiu correndo em direção à porta.
No ano seguinte eu já estava mais maduro. Havia completado meus treze anos, e infelizmente Andréia não estava presente a minha festa. Mas como havia sido a menos de uma semana eu poderia comemorar com ela no baile de carnaval. Aquele foi um dos bailes mais marcantes da minha infância, pela primeira vez nossas fantasias se completavam. Eu vestia uma roupa de toureiro e ela de bailarina espanhola. Sempre que podíamos nos beijávamos sem que nossas mães pudessem ver. Quase na hora de nos despedirmos eu pedi uma lembrança daquele momento.
- Ano passado você me deu um beijo de despedida. Eu passei o ano todo pensando nele, este ano o que você vai me dar para não me esquecer deste momento?
- Minha avó diz que as palavras marcam nossas almas, que nos fazem pensar sobre o momento vivido e que, às vezes, elas nos sopram como brisas. Então sempre que quiser lembrar-se de mim, deixe que o ar ventilado por este leque beije seu rosto na minha ausência.
Mais um ano havia passado e eu estava angustiado esperando por aquele momento, Andréia não saíra de meus pensamentos este ano todo.
Eu comecei a ter um pouco mais de cuidado com minha aparência, fazia tudo para que nosso encontro deste ano fosse algo novo, queria que ela se emocionasse ao me ver. Mudei o penteado, passei a praticar natação e meu corpo também começou a mudar, já não era mais aquele garotinho magrinho, com os cabelos escorridos.
Decidi então deixar as fantasias de criança para trás e fui ao baile de havaiano.
O salão este ano parecia bem mais alegre e colorido, as mascarás com feições tristes haviam sido queimadas com as “diretas já”, o povo não se sentia mais preso, podia se notar que as mães usavam cada vez menos panos para se cobrirem.
No entanto, Andréia simplesmente não apareceu naquele ano. Desolado e com o coração vazio, acabei tomando o primeiro porre de minha vida. Aproveitei que um amigo havia levado bebida escondida e afoguei todas minhas angustias. Naquele dia fui embora carregado.
           Depois do bolo tomado no ano anterior, decidi que não iria mais frequentar, o baile das crianças, com quinze anos nas costas já estava na hora de crescer. Mesmo sabendo que não iria ver Andréia, eu tomara a decisão de ir ao baile dos adultos.
         De repente meus olhos encontraram uma menina com corpo de mulher, suas curvas traziam uma sensualidade que nunca havia visto até aquele momento, seus cabelos jogados sobre os ombros escondiam as marcas de biquíni e seu sorriso reluzia alegria.
- Oi Ricardo, como você está diferente? Parece que cresceu!
Acanhado e muito sem graça respondi:
- Digo o mesmo de você Andréia. O que aconteceu que você não apareceu ano passado? E por que mudou de baile? Será que você acredita que cresceu?
- É que minha avó faleceu justo no carnaval, acredita?
Foi então que se aproximaram de nós três rapazes fortes e duas meninas muito sensuais.
- Oi gente, esse é o Ricardinho, um amigo de infância.
- Ricardinho mesmo, olha como o menininho é franzino, vai ver não tomou o todinho que a mamãe preparou.
Naquele momento todos riram de mim, sem graça e, um pouco chateado com a Andréia, fui atrás de Marcelão, aquele meu amigo que conseguia driblar a segurança e entrar com bebidas. Seria a solução para aquele momento em que um vazio tomava conta do meu peito. Porém, bem diferente do ano anterior, este me fazia ver que tinha jogado fora anos de minha vida, pensando em Andréia.
Fiquei a noite toda encostado em uma pilastra vendo Andréia circular abraçada com vários rapazes, inclusive o engraçadinho que me parecia não ter cérebro.
Meio tonto e já insatisfeito de ver aquelas cenas, comecei a caminhar pelo meio do salão rumo à porta de saída. E neste momento ao som de “Bandeira Branca” senti meu corpo ser arrastado para um canto do salão, era Andréia me puxando. Com seus braços sobre meus ombros ela me sussurrou:
- Assim, não vale você cresceu mais do que eu.
Depois daquele dia nunca mais havia visto Andréia, desde os 15 anos até hoje.
Estava eu no saguão do aeroporto quando ouço:
- Ricardinho, é você?
Desculpa quem é você mesmo?
- Sim é você mesmo Ricardo! Desligado como sempre, sou eu Andréia lembra, do clube do Ipiranga.
Juro que se ela não tivesse se apresentado nunca iria reconhecê-la, sua curvas quase perfeitas haviam dado lugar a um corpo de formas mais avantajadas e seus olhos azuis, antes delineados pela sua pele branca como a neve, se escondiam em um semblante maltratado pelo tempo.
- É você mesmo minha dançarina espanhola. Quanto tempo...
           Paramos para conversar em uma lanchonete do Aeroporto e colocamos toda a conversa em dia, ela me explicou que tentou me localizar, mas não sabia nem meu sobrenome. Estava casada e que naquele momento estava de viagem para o interior, onde iria ver sua mãe. Eu confidenciei quase tudo de mim: contei que não havia mais frequentado o clube do Ipiranga, pois meu pai havia sido transferido para Banco do Brasil do Rio de Janeiro, local em que trabalho hoje, que me casei e me separei e que estava indo visitar meus filhos, mas não contei que – naquele dia em que ela me abraçou e deixou que sua cabeça se debruçasse sobre meu ombro, eu senti a brisa do verdadeiro amor soprar em minha face e descobri que amores são eternos. – E que eu seria capaz de fazer tudo para ser feliz ao lado dela. E que mesmo hoje ela ainda continua linda, pois o amor verdadeiro esta na essência das pessoas e não nas formas físicas.

domingo, 7 de outubro de 2012

Viver é um DOM


Hoje me deparei com uma cena um tanto quanto inusitada. Me senti o próprio rio que contemplava sua beleza no reflexo dos olhos de Narciso, ao passar enfrente ao espelho tentei descobri o que tinha escondido por trás daqueles olhos tristes e quase sem sentido que davam vida a um rosto entorpecido pela falta de esperança.
Foi então que parei para questionar quais seriam meus dons? Quais seriam meus sonhos?
A vida seria tão fácil se ao estalar dos dedos fosse possível acumular dons! Imagina certo dia você acorda de saco cheio e com um simples movimento dos dedos você conquista o dom da paciência. Esse movimento mágico também seria magnífico nos dias em que o medo toma-se conta do seu ser. Pois você poderia se tornar um grande vencedor, forte e invencível.  Mas infelizmente a vida não é feita de momentos mágicos criados pela ilusória dificuldade ocular de perceber as malicias. A VIDA é o maior DOM ignorado por todos, principalmente nos momentos difíceis em que pensamentos mesquinhos – Por que eu nasci? Por que a vida é tão cruel comigo? Por que Deus me castiga? Por que Deus não me leva? – dominam nossas mentes
A vida sempre será foco de questionamentos, entretanto a forma que você conquistará suas respostas é que vai fazer o diferencial.
Não adianta ficar de braços cruzados criticando os dons das pessoas a sua volta, como também de nada vai servir viver uma vida sem se dar valor.
Oh vida cruel quem eu amo não me ama? Pergunte-se: Quem perde nesta hora você ou quem te ignora? Lógico que o coração às vezes grita lógicas sem cálculos e o cérebro se torna um instrumento sem uso. Entretanto é preciso lembrar que o coração tem outra função, a de sentir e não de controlar.
Corra quando for para correr. Grite quando for para gritar. Chore quando for para chorar. Viva porque esta é a caneta que escreve seu destino é DOM que está em suas decisões.
Não adianta viver sonhos que antes de começar já se iniciar sem esperança. Tenha coragem de pular e faça de sua coragem o combustível que vai aquecer seus sonhos e seu coração mesmo quando tudo parecer cinza.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O triste partir de quem não se foi completamente

Esta manhã tudo pareceu tão diferente, ao abrir os olhos notei que a membrana turva que cobria minha visão dava espaço a lógica de que existe muito mais depois do horizonte.
Senti então uma necessidade profunda de abrir as janelas que muitas vezes me levaram para lugar nenhum para poder contemplar coisa alguma.
Foi então que percebi que a linha do horizonte que desenhei com o vermelho dos seus lábios havia  sofrido oxidação tornando se negro, agora da espaço a um verde que brotou dos sonhos que nunca tivemos e da esperança que já foi foco do prazer.
No mais profundo infinito eu descobri que a chama não se apaga pela ausência de combustível, ela arde sem se ver e queima na incerteza dos seus passos que já não acompanho, mas que sei que trilham por estradas banhadas em chuvas torrenciais de pensamentos concretizados pelas certezas das dúvidas morais.
Essa manhã eu abri as janelas da alma e decidi deixar você seguir seu rumo, na esperança de que quando chegar o momento certo irá olhar para trás e observar o mar de lagrimas criado pelo desprezo que sofri ao te ver caminhar para o horizonte incerto das certezas.
Foi então que notei que o amor que foi tatuado em meus lábios, não carrega o sabor amargo dos momentos felizes entrelaçados pelo destino que como brisa te trouxe e como de vendaval te levou.   

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A verdadeira liberdade não te dá o direito de trancafiar os outros


A vida sempre foi e será um ato de escolha, até mesmo sua existência partiu de escolhas. Seus pais poderiam ter optado por usar preservativos, anticoncepcional, tabelinha ou até mesmo fazer um aborto, o seja você já nasceu de uma escolha e as escolhas vão te acompanhar pelo resto da vida.
Ao crescer você vai assimilar os valores da sociedade da qual foi inserido ao nascer, desta forma vai criando sua própria idiossincrasia, ou seja, vai peneirar os valores que condizem com a realidade que quer viver, tomando decisões e fazendo escolhas que vão definir sua persona.
A vida é assim feita de caminhos diversos, de rumos sem destinos e de destinos às vezes impostos.
A liberdade de escolha em muitos casos é censurada por nós mesmo. É como querer andar de sunga no centro da cidade em um dia de sol escaldante. Porém eu não posso, pois esta é uma vontade suprimida pelas regras morais de uma sociedade hipócrita ou como diria os mais conservadores é uma postura/costume que não cabe, por exemplo, para ser realizada na maior metrópole brasileira São Paulo, mas existe sim uma possibilidade nas cidades litorâneas. Isso leva a uma pergunta: Constituição é uma para onde tem sol, outra para onde tem seca, e outra para onde as chuva é abundante?
Liberdade de escolha uma opção sem opção, em uma sociedade em que o moral é normalizada e o imoral cabível de condenação sem julgamento.
Na antiguidade os homens eram condenados ao destino ditado e imposto pelos Deuses, poucos eram os homens corajosos que enfrentavam a ira do Olimpo e batiam no peito dizendo eu “escolho/trilho meu caminho”. Na atualidade esses Deuses só não moram no Olimpo, eles se escondem atrás das paredes sagradas dos templos, das igrejas, dos planaltos, dos gabinetes etc...
Porque eu tenho opções que não me são permitidas? Se sou livre porque vivo preso em falsas leis morais de uma sociedade imoral?
Dizia o poeta Renato Russo: Têm o meu destino pronto e não me deixam escolher / Vêm falar de liberdade pra depois me prender”. O que o grande poeta esqueceu de dizer foi que na maioria das vezes o grande algoz é própria consciência, que as vezes se deixa levar pelo prazer sem pensar, criando expectativas de felicidade em alguém que depois não terá nada além de dores por uma decisão mau pensada apenas pelo simples prazer de querer prazer.
Somos livres, mas sempre optamos por valores que nos trancafiam com paredes limitadas pela nossa falta de consciência de que o destino é uma opção minha. Precisamos lembrar que os antigos Deuses do Olimpo já não dominam assim como regime militar já não existe, e ser alienado por palavras mentirosas ditas da boca pra fora é aumentar de certa forma as paredes da imoralidade criada pelos falsos moralistas.

sábado, 15 de setembro de 2012

Inerte à sua espera


O mundo gira lá fora e eu continuo aqui inerte em seu sorriso
Contemplando o brilho ausente dos seus olhos ao me olhar
Em busca de uma nova oportunidade de decifrar seus beijos
De reacender a chama dos seus abraços que hoje são frios
Na expectativa de sentir o amor em suas palavras que hoje retalha meus sentimentos
O mundo gira lá fora e eu aqui inerte pensando em suas curvas
Meus olhos ao primeiro impacto ignoraram a sua beleza oculta
Quando dei por mim já estava envolvido em sua história
Apaixonado pela sua pessoa, com os olhos aberto para sua beleza singular
O mundo gira lá fora e eu continuo aqui inerte refletindo sobre meus erros
Você me conquistou sem imagina o quanto eu era carente
Eu ingênuo achei que podia partilhar minha felicidade
Juntos vivemos momentos intermináveis de um amor sem fim que teve prazo de validade
O mundo gira lá fora e eu aqui tento falar com esse coração que só clama por ti
Você me ensinou que reconquistar é mais difícil que conquistar
Pois a conquista pode ser espontânea e você às vezes nem nota que ganhou uma jóia
Reconquistar requer esforços imagináveis de um coração em cacos
Reconquistar requer descobrir erros que nunca foram descobertos
O mundo gira lá fora e eu aqui inerte esperando pelos seus lábios que são portais para minha terra do nunca
Aguardando o momento de sentir suas curvas de encontro com meu corpo quebrando esse abismo nos torna dois desconhecido

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Por que não posso ser feliz sozinho?



Qual a finalidade em ser obrigado a viver em uma normalidade padronizada? Fico pensando, lutamos por direitos iguais, lutamos por liberdade de expressão mesmo quando não temos nada para falar, lutamos por retratações históricas, lutamos por aumento salarial em greves sem fins sem pensar se esta pode prejudicar o outro, enfim lutamos... Na verdade o verbo principal das pessoas atualmente é lutar, e essas lutas sempre estão moralmente ligadas a valores pessoais.
Há tempos o grande debate era sobre como a “REVOLUÇÃO INDUSTRIAL”  e que as maquinas estariam roubando o espaço do ser humano. Dai pergunto: Será mesmo que as maquinas estão roubando nosso espaço ou estamos nos transformando em maquinas?
A finalidade de uma maquina na maioria das vezes é a produção seriada de produtos e a nossa diariamente é seguir uma rotina seqüencial pela sobrevivência. E assim como as maquinas e muitas vezes tentamos roubar o lugar de outros seres humanos. Sem mencionar o fato de que a cada dia nos tornamos mais frios que as próprias maquinas metálicas que não expressão sentimentos, pois são seres inanimados.
A sociedade ao longo dos anos foi nos obrigando a viver como produtos industrializados. Tenta ser um solteirão para ver o que acontece? A maioria acredita que democraticamente você é obrigado a ser a alma gêmea de quem você nem imagina conhecer, ou deseja conhecer. Ah alguns ainda vão te tratar como produto com defeito que ninguém deseja comprar nem em promoção: “Fulano está sozinho, dizem que é insuportável que ninguém agüenta ficar perto dele!”
Nestas horas eu pergunto: se cada individuo é um ser particularmente dotado de valores e opções, então porque é preciso viver a escolha dos outros?
Chega de ser persuadido a viver o que não se quer viver, de entrar em lutas de expressão por coisas que nem se quer expressar. Quero o direito de ter direito de escolher o que eu quero viver e o que quero dizer. Não sou um pedaço de metal que você leva para uma fundição e dá a forma que está na moda. Sou um ser pensante que às vezes quer gritar, outras deseja cala-se e talvez tenha o desejo de ser feliz sozinho.
Cansei de hipocrisia! A sociedade moderna ainda vive na época dos senhores feudais e finge viver na pós-modernidade. As pessoas vivem em grupo, mas sente que o seu umbigo é o centro da célula social na qual está inserida. Então deixemos de criticar a solidão batalhada pela minoria, pois o fato de ser uma peça padronizada não te dar o direito de sentir o dono da moralidade condicionada.  

domingo, 12 de agosto de 2012

Minha fortaleza


Somente quem perdeu aprende dar valor no que partiu
Ainda me lembro que eu tive um grande oráculo em minha vida
Nunca abriu a boca para fazer profecias sobre minha história
Mas me ensinou a entender e compreender o silêncio
Com ele a palavra não precisava ser expressada com fonética ou signo
Seus gestos e atitudes me ensinaram a observar o mundo
Tornei-me uma águia que observa  e espera o momento certo
Compreendi que a certeza das palavras machucam ou calam corações
Em sua presença eu alimentava a alma e acalentava a dor da solidão
Somente quem perdeu seu herói sabe o quanto faz falta um porto seguro
Ainda me lembro que tive alguém que mesmo sem me esperar estava lá
Era um grande sábio, valente forjado em sentimentos fortes e sem expressão
Era a justiça cega que analisava antes de dar um veredicto
Aprendi com ele até mesmo o que nunca quis me ensinar
Aprendi que erros são formas de buscar acertar
Aprendi que orgulho é para quem se sente completo, mas é inacabado
Aprendi que mesmo que as pontes não levem ao mesmo lugar
Elas te mostram que um dia é preciso coragem para caminhar
E que sentir saudades é colocar em prática as lições de amor
É colocar em expressões a fonética de um coração que não aprendeu a se expressar

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Quando a realidade vira imensidão!


A ausência dos pensamentos transforma a realidade em imensidão
Neste gigantesco vazio nos perdermos ou nos apoiamos em falsos pilares
Cada passo que se dar no deserto da solidão é como se um Oasis estivesse mais próximo
Cada vez que se estendem os pulsos em encontro às alucinações do desespero você se encontra com sombras falsas criadas pelas alucinações concretas das dores esculpidas pela solidão
A ausência dos pensamentos transforma a realidade em imensidão
É neste oceano que as lágrimas se tornam insignificante
Cada mergulho em busca de novidades te aproxima dos navios piratas afundados pelas munições de corações sem sentimentos
Cada vez que se estendem os braços rumo à superfície se lembra o quanto à vida é superficial
A solidão é um estado de compreensão que é difícil compreender
Muitos se perdem analisando o horizonte dos oceanos
E esquecem de olhar para o próprio cais que deveria ser o seu porto seguro
É como olhar a janela fechada em um dia nublado
Pode ser que de outro ângulo o sol esteja escondido atrás de nuvens cinza
Mas a ótica da vida sempre vai depende de suas próprias iniciativas e valores
A ausência dos pensamentos transforma a realidade em imensidão
E essa imensidão pode se tornar um jardim florido se você usar as sementes certas
Cada palavra ecoada pelo coração neste mar de desilusão escreve uma história sem fim na alma dos eternos desesperos por amor
Não adianta gritar por amor se o grito ecoado não for verdadeiro e reciproco
As vezes o silencio do coração calejado te levanta mais que um amor amargo e sem valor.

sábado, 14 de julho de 2012

Facebook a rede social responsável pelo que você não deseja mostrar, mas mostra sem perceber.



Para falar do Facebook vou usar uma frase do Filme Homem Aranha: - “Coloca a máscara ela nos deixa forte!”
Começo a reflexão perguntando: O Facebook te serve de máscara ou derruba suas mascarás?
Difícil dar uma resposta correto! Qual o principal problema das redes sociais na atualidade? Alguns dizem que nos tornamos “Zumbis”, vivemos trancafiados atrás de janelas virtuais com medo da realidade. A propósito você já parou para pensar que o Windows te prende mais que suas falsas personalidades criadas para sobreviver em uma sociedade submersa em mentiras quase verdadeiras.
Falamos muito em superficialidades de sentimentos, mas esquecemos que a grande maioria da população vive em uma realidade virtualmente superficial. É na rede que criamos imagens frias de pessoas que na verdade nem somos. Na rede é possível mentir mais que o normal, viver amores irreais, criar personagens que nunca fomos ou simplesmente deixa que nossas máscaras caiam ao abrir de algumas janelas corretas.
Tenho certeza que você que está lendo esse texto passa se não muito tempo algum pelo menos fuçando no perfil dos amigos de seus amigos para ver postagens ou fotonovelas. Isso mesmo fotonovelas, algumas com legenda do tipo “bons amigos” quando na verdade atrás desta amizade existe muito mais sentimentos ou atos subliminares. Muitos usuários do Facebook fariam questão de um sistema utilizado pelo saudoso Orkut, o aplicativo dedo duro que dizia: você teve tantas visitas ou fulano te visitou. Porém seria tão chato a volta deste aplicativo, como nos divertiríamos vendo as mascarás caírem.
Na verdade tenho quase certeza que se fosse feita uma pesquisa perguntando: Você trocou o Orkut pelo Facebook por que: cansou dos convites de galinhas perdidas no jogo da fazendinha ou porque pode fuçar a vontade no perfil alheio? Rapidamente as respostas apontariam para as galinhas, pois ninguém vai admitir que invadir a privacidade do outro é legal.
O que mais me dói no Facebook não são os convites irritantes dos aplicativos mais idiotas que possa existir, ou a roleta russa que também é chamada de “talvez você conheça fulano de tal”. O que me irrita é ler comentários mentirosos de pessoas falsas, com mais mascarás que um baile a fantasia. Você deve estar se perguntando por que eu simplesmente não deleto essas pessoas? A resposta é fácil, adoro alfinetar essas pessoas falsas e fazer com que elas derrubem suas máscaras, pena que poucas pessoas consigam enxergar a contradição das personalidades da rede. Conheço tantas pessoas que entregam o quanto são hipócritas em suas postagens. Esses dias mesmo li alguém postar sobre amor: "- Não estou apaixonado sou apaixonado" isso só mostrou o quanto é medíocre. Neste dia tive vontade de postar: - Já que você não pode se declarar pois sua realidade não permite então se cala por favor né. Porém neste dia me calei e ri da cara da pessoa.
As fotos então falam mesmo sem legenda. O que vejo de pessoas que se dizem santas em fotos comprometedoras não está escrito. Uso novamente o filme do Homem Aranha para fundamentar minha opinião: - “Segredos tem um custo que nem sempre são cobrados agora.” Ou como diria o saudoso seriado “Friends” temos que tomar cuidado com as ligações, ou seja, fulano que conhece sicrano que conhece beltrano que te conhece (assim mesmo que acontece). Hoje mesmo vi uma foto de um amigo que jura de pés juntos que nunca teve nada com alguém, mas estavam juntos sorridentes em uma foto tirada recentemente e detalhe faltava um namorado na história. É as fotos não mentem, ainda mais as que são tiradas espontaneamente.
Em terra de cego quem tem um olho só é rei, em outras palavras no Facebook quem for esperto  consegue fazer as leituras certas. Ah! Mas o mundo está cheio de loucos que criam coisas onde não existe! Sim da mesma forma que existe pessoas com frases prontas para se defender de verdades mais concretas que pilares de edifícios.
Por isso cuidado, não são só empresas que vasculham suas redes sociais antes de te contratar existe os lobos em pele de Facebook que também estão analisando o que escreve, o que compartilha e as fotonovelas que você posta ou são postadas pelos amigos (as) mais ingênuos (as).

Viver escondido em perfis falso não te faz forte!!

Suas máscaras um dia caem sem ao mesmo você notar. Então cuidado porque as redes sociais são como teias interligadas para capturar suas presas e não estou falando do Homem Aranha agora. Existem pessoas que afirmam, por exemplo, que a GOOGLE sabe mais de sua vida que você mesmo. Eu afirmo que minhas deduções são mais certeiras que as flechas mitológicas de Eros, o deus brincalhão também conhecido como Deus do Amor.




quarta-feira, 4 de julho de 2012

A vingança de Eros: seduzido pelo brilho


Conheço várias pessoas que temem falar em público, e alguns que tem dificuldades de se expressarem através de palavras. Eu tenho uma dificuldade maior ainda, sou incapaz de falar com o coração e quando faço falo com os olhos e não com os lábios.
A racionalidade me fez um “ser frio e calculista”, que observar atentamente todos os seus atos e seus passos. A vida me fez insensível e talvez incompreensivo, entretanto não estou invulnerável aos descuidos e vacilos do coração.
Depois de alguns anos trancafiados em um castelo construído com pedras retiradas das margens do rio Aqueronte, onde a luz e os sentimentos apreciados pelos enamorados não me atingiam eu fui descoberto.
Um simples sorriso limou toda a escuridão que alimentava essa fortaleza, foi uma visita celestial. A principio eu ignorei, abandonei essa possibilidade nas margens do desespero. De nada me adiantaria mais uma ilusão, mais uma aventura. Entretanto Eros me fez o favor de levantar a gigantesca porta de ferro que dava acesso a meu mundo, ordenando a invasão do inevitável.
Aquele sorriso brilhante composto de lábios adocicados pelas ambrosias dos Deus certa noite aproximou dos meus que haviam sido mergulhados nas águas da angústia. Os olhos se encontram, faíscas cruzam o ar e em um determinado instante fomos paralisados pela dúvida do prazer passageiro que abre portas para a dor que dificilmente nos abandona. Palavras de encorajamento saiam de meus lábios e o encontro casual tornou-se puro e verdadeiro.
Minhas muralhas começaram a ruir, minha esperança de solidão abrira espaço para um sonho desconhecido. Deixei de ser Narciso e olhar para minha própria alma para contemplar um sonho nunca desejado ou imaginado.
A felicidade e a esperança caminhavam lado a lado rumo ao Elíseos. Porém as nuvens da insegurança e da necessidade de partilha transformaram as tardes claras de sol em noites tempestuosas de trovões.
Eis então que começou a vingança do deus travesso do amor. E o que era imensidão tornou-se apenas cárcere. Nesta prisão provei o sabor amargo da decepção e fui chicoteado por palavras mais rígidas que a lamina da espada do guerreiro Gabriel capaz de corta o mal.
Subitamente me deparei com um pesadelo que ainda vivo mesmo após acordar. Descobri que Eros me fizera viver sua história com Psique: um amor cheio de conflitos e reviravoltas.
Estou abandonado às margens do Aqueronte de onde tirei pedras para levantar  minha fortaleza impenetrável, isso tudo porque Eros acreditou que o fato de eu construir essa muralha não me fazia invulnerável e muito mesmo conhecedor do Tártaro.
Sei que não sou tão corajoso como Psique para adentrar aos reinos dos mortos, mas sei que sou capaz de sacrificar cada pulsar do meu coração por um sorriso teu.
Qual o homem que nunca errou? Qual o homem que nunca se enganou ao confiar de mais? O dom do perdão talvez seja maior que o do amor. Pois só é capaz de amar quem tem o dom de perdoar.
Esperança é muito mais que palavra é fé que tudo pode ser realizado. Nada é por acaso. Não me arrependo de todas as vezes que demonstrei de formas humilhantes este amor que um dia também desejou viver em meus braços frágeis. Ainda sinto o seu suspirar ofegante todos os dias quando apago as luzes e me abraço com a solidão que você deixou ao abrir as janelas e voar para seu reino em que sou apenas um observador calado.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Saudades: do eu que não sei onde foi parar


Às vezes sentimos saudades de tanta coisa:
Saudades do tempo de infância em as brincadeiras eram reais e divertidas
Saudades de alguns amigos que se foram para longe ou daqueles que mesmo perto estão distantes
Saudades das loucuras da adolescência
Saudades dos carinhos recebidos da mãe
Saudades das palavras doces ou rígidas ditas pelas pessoas que você considera
Saudades dos carinhos e das palavras de amor que seu coração em determinado tempo ouviu
Saudades são tantos os motivos para sentir
Mas o pior tipo de saudades é a de você mesmo, de poder olhar no espelho e notar que o reflexo já não é sua pessoa
Essa saudade te deixa em dúvidas: não se sabe o motivo de continuar a caminhar e até mesmo respirar
Quando sua primeira atitude do dia não é agradecer a Deus pela vida é sinal que você já não acredita em nada e nem em você mesmo
Desta forma todos os seus dias serão de saudades
Sinto falta do meu eu que luta que bate e apanha
Sinto falta do meu eu que ri e chora
Sinto falta do meu eu que não sabe o que é derrota
Sinto falta do meu eu que já não vive mais.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Anúncio


Todos tem sua própria história pra contar
Todos tem um ponto marcante na vida
Alias todos tem uma vida de história
Ah! Calma ai isso quer dizer que:
Ou alguém roubou a minha historia
Ou devo ser mero coadjuvante do destino
Será que sou apenas figurante
Se toda vida tem uma história isso quer dizer que sou:
Apenas poeira no deserto
Apenas uma gota d’água no oceano
Quem me roubou?
Quem carregou minhas paginas?
Já sei perdi no banco de alguma praça
Toda esperança de futuro junto com os erros do passado
A solução é tentar fazer um anúncio
Procura-se por um a vida, triste, cheias de erros
Esquecida em alguma praça, fria e sombria como os meus pensamentos
Favor quem encontrar não precisa entregar
Pois pra dizer a verdade ela não foi perdida
Ela foi literalmente abandonada

Origninalmente escrita em 24/07/2006, detalhe parece que não mudou muita coisa de lá para cá.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Santo Antônio exemplo de caridade esquecido na atualidade


Santo Antônio deixou tudo para viver em função do AMOR que tinha pelo Salvador e é reconhecido até hoje como Antônio dos pobres e dos humildes. Pergunta: Por que um dos santos, que mais tem devotos no país, não serve de modelo de vida para seus fiéis? Sou devoto de Santo Antônio porque ele me ajudou a casar!
Qual a relação entre as duas frases, uma interrogativa e outra afirmativa? Fácil, ambas as frases demonstram o quanto somos "ignorantes" quando pensamos em santos, neste caso específico “Santo Antônio”. Radicalismo, talvez seja, muitas vezes nos dizemos devotos de determinado santo simplesmente porque suplicamos a eles uma graça e eles intercedem junto a Cristo.
Intercessor, esta é a palavra, os santos são pontes entre nossas aflições e o Mestre, são merecedores de nossa devoção, pois em vida foram fiéis ao amor que cura mesmo sem se ver ou sentir. Porém, na maioria das vezes, não conhecemos a história dos santos dos quais dizemos ser devotos ou acreditamos em lendas criadas sobre seu nome, ou seja, se você não conhece nem a história do santo de quem se diz devoto, como será capaz de defender o Cristo, que foi exemplo devoção para o santo.
Antônio é padroeiro de muitas cidades no Brasil, além de padroeiro de inúmeras igrejas e capelas. Mas, será que os devotos deste santo vivem o modelo de vida deixado por ele?
Fernando de Bulhões, popularmente chamado Antônio de Lisboa / Antônio de Pádua, viveu na simplicidade e pela caridade. Caridade! Você sabe o que quer dizer caridade?
Antônio viveu de caridade e por caridade, doou sua vida em nome da evangelização dos hereges (desculpe pelo termo, mas esta era a nomenclatura dada às pessoas pagãs no período em que o santo viveu) e não deixou sua vaidade tomar conta de sua vocação.
Vocação essa a que todos somos chamados. A vocação para o amor ao próximo. Entretanto somos vaidosos ou em alguns casos marqueteiros. Que me desculpem os fiéis de verdade, mas a pós-modernidade e a autovalorização pessoal já chegou a nossas igrejas. Talvez sempre tenha estado e a alimentamos com nossas migalhas (também conhecidas como mazelas ou pecados).
O próprio Mestre já se via preocupado com a autopromoção tanto que afirmou: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita.” (Mt 6:3). Porém, ainda hoje damos esmola apenas se houver público ou se a mesma no remeter a autossatisfação.
Esmola, o que tem a ver esmola com Santo Antônio? Para quem não sabe caridade também é sinônimo de esmola, e Antônio doou sua vida em caridade pelas palavras de Cristo, em nome de seu mandamento "um novo mandamento vos deixo: que vos amais uns aos outros; como eu vos amei a vós.” (Jo 13:3). Antônio se espelhou em Jesus para viver este amor e nós acomodados dizemos ser devotos do santo e pedimos que ele interceda por nós junto ao Cristo..
Daí achamos que fazemos nossa parte nos tornando amigos dos santos e enchemos a boca para dizer por exemplo:  “Ah! sou amigo (a) de Santo Antônio, faço uma colaboração mensal, participo todo dia 13 das missas em sua honra!” Parabéns! de fato a igreja necessita de sua colaboração, sem a mesma seria impossível manter sua estrutura física. Entretanto sua autopromoção em dizer que colabora com a igreja te faz pecar pela vaidade, ou seja, não se faz necessário anunciar que fez tal ato.
Devemos valorizar o ser humano, viver o amor real pregado no novo mandamento. Um amor que nos faça caridosos e esperançosos.
É preciso ter coragem para amar o próximo mesmo quando se está sob julgamento.
É preciso viver o amor em sua gratuidade, de forma a se entregar de corpo e alma para aqueles que precisam. Pequenos gestos ainda são motores de grandes reações. Cruzar o braço logo após abrir a carteira não te faz caridoso. O amor ainda é a moeda universal de que todos precisam.
Vamos ser mais que devotos dos Santos, vamos nos espelhar no modelo de vida que eles viveram, e mostrar que o AMOR que Cristo nos deixou como novo mandamento é mais forte que os sentimentos mesquinhos e pessoais da atualidade em que vivemos.

Amar ato Incompreensível de Ação impessoal


O que é o amor? Como é difícil definir uma palavra com apenas quatro letras!
Amar é ser cativado a cada brilho exposto no olhar que reflete alegria espontânea do coração
É uma linguagem desconhecida que os sorrisos utilizam antes que os lábios se encontrem
É o pulsar de dois corações no ritmo acelerado da alegria dos reencontros ou palpitar do encontro causado pelo entrelaçar dos braços em um ato de aproximação
Mas como surge o amor? Nem mesmo os cálculos matemáticos seriam capazes de chegar a resposta de uma equação tão complicada
O amor surge de vertentes diferentes, de tangentes que não se cruzam de olhares que não se encontram
Não se escolhe a quem amar! Você escolhe a quem deseja seduzir, mas nunca a quem amar.
O amor é puro não tem pecado, mesmo que seja anti-convencional
Amar não é um ato sem conseqüências, ele sempre te vai fazer referências
Amar é lembrar que outro coração completa o teu
Que razão nunca vai trabalhar em parceria com a emoção
Amar é abrir mão da libertinagem confundida com liberdade
Amar é esperar que a emoção suprima os desejos ardentes
Amar é conduzir a vida por trilhos que devem ser paralelos e não unilaterais

Amar é saber a hora de desistir quando seu amor deseja ser feliz em outro universo
Quem ama espera, abre mão e torce, mesmo que em alguns momentos ainda seja egoísta e clame por este amor em vão.

sábado, 9 de junho de 2012

Coração, razão e eternidade

Já que não posso me embriagar na saliva doce de seus lábios
Quero me afogar nas águas frias do rio chamado solidão
O amor não busca substituto
Quando é verdadeiro se guarda no peito mesmo que seja como uma eterna cicatriz desenhada com as agulhas finas da felicidade de momentos inesquecíveis

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Um mar sem horizonte


Certo dia perdido na imensidão devastada pela falta de ilusão me deparei com um céu diferente
Estava esse céu encarcerado atrás de duas insinuantes muralhas vermelhas
Era um horizonte carente de infinito que acautelava  essa entrada
Onde transportei-me e encontrei um reino caloroso e prazeroso
Às vezes era possível ouvir o bater do meu coração em sincronismo com  a maré de um pequeno mar
Onde naveguei com um barco de papel em um sonho abstrato
Da ilusão restou apenas um pequeno mar, salgado composto de pequenas gotas caídas de dois portais que hoje se encontram mais vermelhos que as muralhas guardiãs deste infinito delimitado
Afoguei nas palavras adocicadas de um mundo amargo
Adentrei em uma fortaleza de mentiras conjuntas
Fui seduzido como marinheiros pelo canto de Pisinoe
Acordei de um sono pesado importo por Hipnos
Descobri que estas muralhas tinham um nome, lábios
Que este céu vermelho não possuía estrelas
Que este reino não era inabitável pertencia a vários súditos
Que sua maré escondia mais que verdades não expressadas
Que meu pequeno barco é nada perto dos luxuosos iates no seu cais 
Que sua cachoeira um dia pode secar sem nunca encontrar um rio digno das cristalinas gotas que escondem sua alma.